40 anos de punk rock

Rodrigo Lee

Se pensarmos nos americanos Ramones e nos britânicos Sex Pistols e The Clash, o punk está completando 40 anos de existência. Porém, a história começa bem mais cedo, quando em 1969 uma banda chamada MC5 soltou no mercado fonográfico o emblemático ‘Kick Out The Jams’. Pesado e sujo, mas com influências diretas de blues e rock n’ roll, os americanos as confirmariam em seu segundo disco, ‘Back in The USA’, e depois disso se perderiam no tempo, assim como seus contemporâneos New York Dolls e The Stooges. Esse último revelando para o mundo o grande Iggy Pop.

A década de 70 foi frutífera para músicos que gostavam de ‘esmerilhar’ em seus instrumentos. Por isso o surgimento do rock progressivo de Genesis, Yes, Triumvirat, Pink Floyd, Renaissance, E.L.P., Trace e outros, foi o alvo dos músicos que queriam fazer música com apenas três acordes. Abusando do lema do-it-yourself, o movimento punk inglês teve nos Sex Pistols seu maior expoente. Letras de revolta e inconformismo eram o mote para outros grupos que foram surgindo como The Clash, Buzzcocks, The Jam, Exploited e The Damned na Inglaterra. E nos USA, após os Ramones, surgiram Patti Smith, Television, Blondie e Dead Kennedys. Infelizmente o nosso espaço aqui é pequeno para expormos toda a importância do punk na música, moda e comportamento nos últimos 40 anos.

No Brasil os maiores nomes são os paulistas: Cólera, Ratos de Porão, Olho Seco, Inocentes, Verminose, Restos de Nada e Garotos Podres. Em outros estados pipocaram alguns nomes como: Aborto Elétrico, Blitx 64 e Detrito Federal (Brasília), Banda do Lixo (BH), Coquetel Molotov (RJ) e Replicantes (RS), porém sem a força do que foi o movimento em São Paulo.

Com o passar dos anos surgiram na Europa algumas bandas do chamado post-punk como: Joy Division, The Cure, Siouxsie & The Banshees, Killing Joke, The Smiths e Psychedelic Furs.

Sem a energia e a pegada de antes, o punk só foi vagamente lembrado nos anos 90, quando surgiram os americanos Off Spring e Green Day praticando o que poderíamos chamar de neo-punk. No Brasil algumas bandas como Cpm 22 e Hateen migraram do hardcore (divisão do punk) para o emocore (vertente do hardcore). A verdade é que o legado ficou para as novas gerações.

Para os iniciados gostaria de indicar alguns discos básicos: ‘Never Mind The Bollocks’ – Sex Pistols, ‘The Clash’ – The Clash, ‘Rocket to Russia’ – Ramones, ‘Radio Ethiopia’ – Patti Smith Group e ‘Fresh Fruits for Rotting Vegetables’ – Dead Kennedys. No Brasil alguns discos representativos são: ‘Descanse em Paz’ – Ratos de Porão, ‘Pânico em SP’ – Inocentes, ‘Mais podres do que Nunca’ – Garotos Podres e ‘O Futuro é Vortex’ – Replicantes

Duas leituras básicas são os livros: ‘O que é Punk’ de Antonio Bivar e ‘Mate-Me Por Favor’ de Legs McNeil & Gillian McCain.

 Punk’s Not Dead. Long Live Punk-Rock.

 *Rodrigo Lee é músico, produtor cultural e admirador de punk rock.

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