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Comparações entre o passado e o presente de Poços de Caldas

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Comparações entre o passado e o presente de Poços de Caldas

Olá a todos! Hoje estarei encerrando a minha coluna sobre histórias de Poços de Caldas com uma série de fotos mostrando o passado e o presente da cidade.

Esta é uma série de comparações que mostra como Poços passou por uma grande mudança no decorrer dos anos. São imagens que, as vezes, nem mesmo conseguimos perceber que poderiam ser o mesmo lugar quando olhamos para as duas fotos sendo comparadas.

As fotos que estarão do lado superior são de acervos públicos e publicados em meu site “Resgatando Poços de Caldas”. A maioria foi adquirida do “Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas”, as quais todo mundo poderá ter o acesso, bastando ir visitar o museu de segunda a sexta. Já as fotos que estarão do lado inferior foram tiradas por mim entre 2015 e 2017.

Este artigo será um passeio por algumas das principais ruas da área central. E para começar, vamos a principal rua da cidade:

Rua Assis Figueiredo:

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Este é um ângulo da Rua Assis (Antiga Rua Paraná) visto no início do século XX. Nesta época ainda não existia a torre do Mercado Municipal (hoje Casa Carneiro) e também não tinha a atual Igreja Matriz.

Na esquerda em primeiro plano, ficava a primeira Santa Casa da cidade, onde atualmente fica o prédio “Residencial Bouganville”. Já as outras casas não existem mais.

Rua Rio Grande do Sul:

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Esta é uma foto da Coleção de José Ranauro, que mostra a rua em um momento em que estava acontecendo na cidade as “Corridas de Baratinhas”, que são famosos automóveis da década de 30. A cidade era conhecida pelos “Circuitos das Águas” e pelo “Grande Prémio Thermal”, mas foi uma tradição que deixou de existir, restando apenas carros que são exibidos nos encontros de carros antigos como o Poços Classic Car.

Rua Piauí:

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Esta é a Rua Piauí em 1905, próximo ao antigo Largo da Independência, o qual hoje é a Praça Francisco Escobar, onde fica o Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Poços de Caldas.

Neste espaço, tinha-se a ideia de construir a primeira Matriz de Poços de Caldas, segundo o planejamento das ruas do engenheiro e arquiteto alemão Carlos Alberto Maywald, por isso a Rua Minas Gerais era cortada neste trecho. Mas o projeto foi mudado e a Matriz foi construída onde ficava um antigo cemitério na Praça Monsenhor Faria de Castro.

Assim, somente em 1962, o espaço foi ocupado com a construção do hospital, estando preservado até os dias atuais

Rua Ceará:

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Neste trecho podemos ver ao lado esquerdo a antiga “Escola Técnica do Comércio”, que em 1954,  se juntou com a “Escola São João da Escócia”, fundada em 1915 por integrantes da “Loja Maçônica Estrela Caldense” para prestar assistência moral e educacional a crianças carentes de Poços de Caldas.

Sendo assim, a união fez com que a antiga Escola Técnica do Comércio fosse demolida para que pudesse ser construído o atual Colégio Pelicano (Instituto Educacional São João da Escócia).

Rua Paraíba:

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Nesta foto podemos ver a Rua Paraíba, na esquina com a Rua Assis Figueiredo (Antiga Rua Paraná) no início do século XX.

Notem ao fundo o Chalé da família Osório Procópio (Chalé Rosa).

Em primeiro plano à direita, podemos ver a primeira Santa Casa da cidade, onde hoje fica o Prédio Residencial Bouganville.

Rua Minas Gerais:

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A foto antiga é na década de 1910 depois da pavimentação e nivelamento da rua no governo de Francisco Escobar. Esta foi a primeira rua a receber iluminação pública na cidade.

Aproximadamente na década de 30, o casarão do lado esquerdo foi demolido e construído o Hotel Minas Gerais no lugar. Já o casarão da direita deu lugar ao Hotel Alvorada.

Rua Pernambuco:

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Estas são três fases da rua, em que na primeira foto podemos ver do lado direito, a companhia particular de eletrificação “Euzébio e Ferreira e Cia”. Já na segunda, tirada por volta dos anos 1970, podemos ver a Drogaria Rosário do lado direito. Ao fundo já temos a “Fonte das Rosas”.

Agora na foto atual podemos ver que foi plantado árvores na rua, o que é algo muito positivo. Além disso, a via já não é mão dupla, como antigamente. E do lado direito, a Drogaria Rosário deu lugar a outra farmácia.

Av. Francisco Salles:

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Este é um ângulo em que podemos ver a Prefeitura, o teatro Polytheama, o Grande Hotel e a cúpula do Mercado Municipal. Hoje em dia, a Prefeitura continua preservada, mas o Polytheama virou um estacionamento, o Grande Hotel virou supermercado Fonseca, enquanto a fachada do Mercado Municipal continuou preservada, mas deu lugar a Casa Carneiro (loja de materiais de construção).

Rua Marechal:

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Em primeiro plano podemos ver a antiga “Companhia Brasileira de Café”, que também chegou a ser o armazém “Café Moreira Salles”. Atualmente, o armazém foi transformado em um espaço comercial.

Rua São Paulo:

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Quando olhamos hoje para a Rua São Paulo, nem imaginamos que antigamente ela era fechada por um morro. A rua até tinha o nome de “Rua do Itororó”, que era o nome da formação rochosa de mais de 20 metros de altura.

Com o tempo, o morro foi sendo retirado e a terra foi sendo usada em obras, como por exemplo, para servir de aterro na Praça Affonso Junqueira.

Rua Rio Rio de Janeiro:

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Foto da Rua Rio de Janeiro em 1920 do acervo da Agência Scalabrino. A direita está o preservado prédio, em que hoje fica a Drogaria Rosário.

Rua Prefeito Chagas:

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  1. Em 1920, na Rua Prefeito Chagas ficava descoberto o “Ribeirão de Caldas”, que vem do lado da Praça Dom Pedro II. O primeiro casarão à esquerda, passou por várias intervenções no decorrer do tempo, sendo que a atual recupera a aparência original da fachada. O próximo casarão à esquerda, onde hoje tem várias lojas, ficava a “Agencia Geral de Jornaes” e a “Livraria Vida Social”. E na direita, ficava “Officina de Ourivesaria” aonde hoje é o estacionamento Imperial.

Ao fundo à direita dá pra ver também o antigo banco “Casa Moreira Salles”.

Rua Barros Cobra:

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Na Rua Barros Cobra (Antiga Rua Ferreira Lage) ficava o Hotel Lealdade.. O local foi demolido na década de 1970 para ser feito o hotel que está hoje em dia no local, o Hotel Nacional Inn e seu estacionamento.

Ao fundo temos o Hotel Joia, que era residência do Capitão Reinaldo Amarantes.

Rua Junqueiras:

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Esquina da Rua Junqueira com a Rua Assis Figueiredo. Nesta imagem podemos ver uma abertura do “Ribeirão do Vai e Volta” do lado esquerdo e também do lado direito, próximo ao Hotel Aurora, onde hoje fica o Prédio Carlton Plaza.

E neste prédio onde hoje fica a loja “Lupo” na esquina, ficava um dos primeiros dentistas da cidade.

Rua Alagoas:

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As colunas da casa, onde hoje fica a Fábrica de Óculos” era mais antiga do que a própria casa, pois ali era uma espécie de jardim da casa ao lado, onde hoje é um espaço comercial com a loja do  “Corinthians” e “Empório D’Terra”.

Esta casa e o jardim ocupavam do lado esquerdo quase toda a rua.

Rua Espírito Santo e Praça Monsenhor Faria de Castro:

Para finalizar, agora vamos ver esta vista parcial da Igreja Matriz na década de 40:

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O crescimento da cidade fica muito visível quando olhamos por cima, são diversas casas que deram o lugar para grandes prédios.

Um dos únicos lugares que podemos ver que continua a existir é a Igreja Matriz, ponto turístico e patrimônio público tombado, ou seja, deve ser preservado por lei e sempre manter suas características originais, assim como a “Antiga Casa Paroquial” (a casa amarela do seu lado direito) e o “Colégio Maria José”, que estão inventariadas.

Bom, eu espero que todos tenham se divertido em conhecer o passado de nossa cidade e que, ao ver estas fotos, entendam a situação que temos hoje e também passem a lutar pela preservação da cidade. Pois, além desses lugares, existem vários outros que também passaram por mudanças ou deixaram de existir. 

E, por fim, desejo a todos que sempre procurem estudar e aprender sobre o passado da cidade. Pois, assim você poderá pensar em formas para melhorar o futuro. E, quando tiverem que decidir em vender ou demolir uma casa, por exemplo, procurem sempre saber a importância histórica do local. Assim também vale para o meio ambiente, árvores, rios, fontes e vários outros elementos da natureza, deve-se procurar em manter, mesmo que tenha que construir algo em sua volta, pois afinal a natureza estava aqui muito antes da humanidade aparecer e deve ser respeitada.

Hoje em dia, a cidade está passando por um grande crescimento da população e, consequentemente, o melhor método acaba sendo construir prédios, mas existem vários lugares para construí-los, não é sempre necessário apagar a antiga paisagem para fazer algo novo. Às vezes, podemos transformar o lugar em algo novo ou fazer parte dele em entradas ou salões mantendo o lugar original.

Fora isso, existem outros pontos importantes em Poços que a torna uma cidade turística e atraente. Tudo isso deve ser preservado, não se deve deixar abandonado ou simplesmente apagar os lugares, porque se isso continuar acontecendo, a cidade irá perder aos poucos seu potencial turístico. E com certeza isso não é algo que se deseje para uma cidade tão linda como Poços de Caldas que agradou muitas pessoas desde que Dom Pedro II veio visitá-la em 1886 para inaugurar o “Ramal da Estação Mogyana”, momento importantíssimo que fez com que a cidade se destacasse a ponto de ser considerada até mesmo uma “Suíça Brasileira”.

Então povo poços-caldense, lutem sempre pela melhora de sua cidade, lutem pela preservação e não deixem que todo este encanto seja perdido e acabe virando apenas uma história, mas sim, uma história viva que todos possamos presenciar com nossos próprios olhos hoje e no futuro.

Obrigado a todos e obrigado também a equipe do Poços Já por ter oferecido este espaço para mostrar meu trabalho. Um abraço a todos que apoiaram!

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