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Entre os dias 13 e 21 de julho ocorreu na região uma operação conjunta realizada pela Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), vinculada ao Ministério da Economia, com a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), cujo objetivo foi combater o trabalho escravo nas fazendas de café. A ação resultou no resgate de 12 trabalhadores que estavam em situação análoga à escravidão.

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Após o setor de inteligência verificar que estava ocorrendo o aliciamento de trabalhadores do norte de Minas e do estado da Bahia para trabalhar na colheita de café sem observância das exigências legais, o Grupo Especial de Fiscalização Móvel, coordenado pela Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae/SIT) e que conta com a participação de Auditores-Fiscais do Trabalho de vários estados do país, se deslocou para as fazendas de café do Sul de Minas.
Foram fiscalizadas três fazendas de café em propriedades que ficam em um raio de 50 km de distância de Poços. Na primeira fazenda, foram encontrados 23 trabalhadores na colheita e parte dos direitos trabalhistas não estavam sendo respeitados, conforme apuração realizada pelos auditores-fiscais do trabalho. Além disso, os trabalhadores deveriam pagar pelas próprias máquinas e pelo combustível que estavam usando na colheita.
Na segunda fazenda, a situação foi mais crítica. Os Auditores-Fiscais do Trabalho encontraram 12 trabalhadores alojados em um velho casarão, com condições degradantes de higiene e salubridade. Por determinação da fiscalização, essas pessoas foram realocadas para uma acomodação mais digna, custeada pelo próprio dono da fazenda.
Na terceira fazenda, foram encontrados nove trabalhadores, também sem garantia de parte dos direitos trabalhistas.
Todos estes trabalhadores foram atraídos por uma oferta de trabalho na colheita do café. Vieram do norte de Minas Gerais e da Bahia entre maio e junho, em busca de oportunidades de emprego.
Eles foram transportados para a sede da Gerência Regional do Trabalho em Poços de Caldas, onde receberam todo o pagamento referente aos direitos trabalhistas. Além da indenização dos trabalhadores, os empregadores custearam as despesas para que as 12 pessoas em situação análoga à escravidão fossem conduzidas de volta aos seus lares, no norte do estado.

O montante total de verbas rescisórias foi de R$ 49 mil. O empregador ainda deverá arcar com as multas aplicadas pelo desrespeito à legislação trabalhista.
A Auditoria-Fiscal do Trabalho encaminhará relatório para os órgãos responsáveis, para que as investigações prossigam para apuração criminal da conduta dos empregadores. Ninguém foi preso nesta operação.
Denúncias de trabalho escravo podem ser feitas, de forma remota e sigilosa, no Sistema Ipê .