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Poços de Caldas

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Argentina se encantou por Poços e resolveu criar os filhos na cidade

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Sílvia, ao meio, com as filhas e o filho (foto: arquivo pessoal).

O trabalho do marido de Sílvia trouxe o casal para o Brasil. Primeiro para São Paulo, em 1975, e um ano e meio depois para Poços de Caldas. Desde então, a argentina jamais abandonou a cidade, mesmo quando o marido precisou voltar para a capital paulista. “Eu me encantei, a verdade foi essa. Viemos para ficar temporariamente, estávamos num hotel, mas eu quis alugar uma casa aqui. Meu marido terminou o serviço e voltou para São Paulo, eu fiquei e ele ia e vinha sempre, até que também conseguiu voltar e ficar definitivamente”, relembra.

Para Sílvia, a principal dificuldade em mudar de país foi a troca de idioma. No início, a língua portuguesa era impossível para ela, que sempre esteve acostumada ao espanhol. “Sofri muito porque idioma é muito importante. Conheci uma família espanhola e uma portuguesa que salvaram minha vida, começamos a conversar até que eu aprendi a falar melhor”, brinca. Ela ainda tem lembranças da época em que os três filhos, nascidos em Buenos Aires (Argentina), São Paulo (SP) e Poços, estavam na escola. “Às vezes eu tinha que me policiar, porque falava muito em espanhol dentro de casa e as professoras chamavam atenção, diziam que eles estavam misturando as línguas”, narra.

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Sílvia ao lado dos filhos no Espaço Cultural da Urca (foto: arquivo pessoal).

Apesar da paixão por Poços, Sílvia jamais deixou de visitar seu país de origem. “Família é família. Até o ano passado, eu ia todo ano e ficava quase o inverno todo lá, porque minha mãe ainda estava viva. Ela faleceu e este ano acabei ficando aqui. Mas meus filhos sempre visitam a Argentina. Eu também continuo fazendo minhas comidas. Me adaptei muito às comidas daqui, mas a raiz da gente é muito forte. Normalmente, dou um toque pessoal ao que preparo”, finaliza.

Cidadão do Mercosul 

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Espetáculo “La voz de Buenos Aires” (foto: arquivo pessoal).

É assim que Lucas Cozzani se define. O rapaz, que nasceu em Poços de Caldas, também adquiriu cidadania argentina. Fala espanhol e é apaixonado pelo tango. “Eu tive contato com a cultura argentina antes até de ter contato com a cultura brasileira, porque, apesar de ter nascido aqui, eu fui criado numa casa argentina, por uma mãe argentina, com os costumes argentinos. Desde pequeno eu sentia uma diferença no relacionamento com as pessoas, na maneira de encarar determinadas coisas. Acredito que o lugar onde você nasce é apenas um detalhe na tua trajetória. O que forma você como pessoa e caráter, o conjunto de valores que você recebe que vem de determinada cultura”, declara.

O amor pela música argentina veio desde pequeno. Lucas relembra que sempre gostou muito de ouvir canções. Quando pequeno, dançava com a mãe que era professora de dança e depois passou a ouvir e cantar tango em casa. Mas a profissionalização musical só aconteceu na adolescência. “Quando eu tinha 17 anos, conheci a Valderez Medina Ferreira, regente do coral Camargo Guarnieri. Nós fomos apresentados pelo Luiz Fernando Frizzo, que era ator de teatro. Depois que eu conheci a Valderez, senti que havia uma música além daquilo que eu fazia, que eu podia me aprimorar. Ela foi minha professora, minha incentivadora, ela me guiou no meu início de carreira através da música, me ensinou basicamente tudo que eu sei de teoria de música e me preparou para encarar desafios. Foi através dela, também, que conheci o grande maestro João Carlos Martins”.

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Lucas e Valderez (fotos: arquivo pessoal).

Hoje, Lucas acumula oito anos cantando ao lado do maestro em diversas cidades do Brasil. Uma destas apresentações aconteceu ainda no ano passado, em Poços de Caldas, quando João Carlos foi convidado a abrir o Julho Fest. Além disso, ele já se apresentou junto à Orquestra e à Banda Sinfônica de Poços.

Com o maestro João Carlos Martins à esquerda e com o Maestro Agenor, da Orquestra Sinfônica, à direita (fotos: arquivo pessoal).

O filho de Sílvia já viveu na cidade de Mar Del Plata, na Argentina, mas acabou voltando a Poços. Ainda sem decidir se é, de fato, brasileiro ou argentino, proclama: “Eu vivi, cresci e meu trabalho é aqui. Metade de mim é Brasil e a outra metade eu recebi dos meus pais, e é Argentina. Eu tenho muito orgulho de carregar essas duas nacionalidades. São dois povos muito ricos no que diz respeito a cultura. Povos que têm muito mais semelhanças que diferenças”, encerra.

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