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Poços de Caldas

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Italianos contam como chegaram em Poços

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Padre Graziano à esquerda e Nunzio à direita (fotos: Gabriela Bandeira/Poços Já)

Dezesseis anos separam a chegada de dois imigrantes italianos ao Brasil. O primeiro a aterrissar em terras nacionais acabara de ganhar a oportunidade de trabalhar em uma empresa metalúrgica em São Bernardo do Campo (SP). O segundo era um jovem missionário que desembarcou na capital mineira. Ambos não sabiam que anos mais tarde estariam juntos em uma cidade que ainda não conheciam: Poços de Caldas. Essa é a terceira reportagem da série Destino: Poços de Caldas, em celebração ao Dia do Imigrante, comemorado no próximo domingo (25).

Nunzio (a frente, primeiro da direita para a esquerda) quando ainda trabalha na Alco Minas, empresa que mais tarde se tornaria Alcoa (foto: arquivo pessoal).

Nunzio ainda era jovem quando saiu em 1972 da cidade de Catânia, comuna italiana da região da Sicília para trabalhar em uma fábrica da Fiat na Argentina. De lá partiu para São Bernardo e, depois, para Poços de Caldas, onde trabalhou por anos em uma empresa chamada Alco Minas, que mais tarde de tornaria a Alcoa. Foi aqui também que conheceu o amor de sua vida, se casou e decidiu ficar. “Tenho minha família na Itália, aqui em Poços tenho minha esposa, minha filha e meu neto, o resto está tudo para lá”, conta.

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Quem também deixou a família, em 1988, foi o padre Graziano, que vivia em Cagliari, ilha de Sardenha, e hoje está à frente da Paróquia Sagrado Coração de Jesus. Para ele, a viagem ao Brasil foi uma missão. A chegada a Poços, feliz coincidência do destino. “Eu queria vir para o Brasil porque ouvia algumas coisas dos conhecidos que moravam aqui. Gostava, em geral, da ideia, da música, da natureza, do que a gente recebe. Sabia também que o Brasil tinha grandes desafios na vida social, nas periferias. Eu me interessava em mexer com isso. Morei em Belo Horizonte quase quatro anos, lembro que vim para Poços passar uma temporada com alguns conhecidos, achei um lugar muito interessante e tempos depois mudei direto para cá”, relembra.

Padre Graziano e catequistas, em 2016 (foto: arquivo pessoal).

Apesar dos 672 km de distância entre Catânia e Cagliari, Graziano e Nunzio relatam uma diferença significativa entre Poços e sua terra natal: o mar. “Aqui não tem mar, na minha cidade tem. Também tem neve e muito calor. Lá, é fácil termos dois climas muito diferentes num mesmo dia, aqui no Brasil é mais difícil isso acontecer”, narra Nunzio. Já Graziano se define como praiano. “Se for resumir, o que me faz falta é a praia. Eu sou praiano. Fico olhando as fotos da minha terra, e tenho saudades desse contato muito frequente que eu tinha com o mar”.

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As saudades da família são recompensadas pelo contato que ambos fazem via internet e as viagens à Itália. Em 2015, padre Graziano tirou um ano sabático e retornou ao país. Quando chegou ao Brasil, notou que havia sido bem mais fácil voltar a falar português do que ao tentar o italiano. “A gente vai se moldando ao país né?”, brinca.  “Algo que me encanta no Brasil até hoje é o contato com etnias diferentes. Mesmo a gente conhecendo muitos brasileiros, a gente vai adquirindo conhecimento. No meu caso, conheci italianos, descendentes que moram em Poços, toda comunidade afrodescendente, a parte japonesa. Enfim, graças às amizades, o Brasil, de fato, te abre um pouco para diferentes culturas. Hoje, em Poços, me sinto em casa”.

À esquerda, Nunzio a família em viagem de visita à Itália. À direita, padre Graziano com a mãe e o vice-presidente do Círculo Italiano (fotos: arquivos pessoais).

Já Nunzio não esconde as preferências. Em sua casa, o café é preparado na cafeteira italiana, bem mais forte que o que nós, brasileiros, estamos acostumados a beber. Os souvenires são, em sua maioria, peças criadas a partir de pedras vulcânicas da região da Catânia. Além disso, guarda vários vídeos e fotos do local. Pergunto se gosta de morar no Brasil, divertindo-se, ele responde: “Preciso gostar, se não ela [a esposa] me bate”.

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Cultura Italiana 

Hoje, Graziano Cirina é agente consular da Itália no Brasil e faz parte do Círculo ítalo-brasileiro do Sul de Minas, fundado em 2012. Nunzio também participa do grupo que promove a festa italiana em Poços de Caldas. O evento que tem objetivo de ressaltar as qualidades do país, como a comida e os costumes. “O alimento italiano é um dos melhores da Europa e também são baratos. Se você viaja para Paris, paga caro por um jantar de qualidade. Na Itália, não”, explica.

Este ano, a festa acontece no mês de setembro. “Vai dar muito espaço a culinária e aos eventos de muitos grupos ítalo brasileiros que estão na nossa região. Vamos curtir danças próprias do folclore italiano e cantores, isso é algo muito característico dessa reunião que promovemos”, finaliza Graziano.

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