Cerca de dez pacientes da hemodiálise de Poços de Caldas tiveram que entrar com um pedido no governo de Minas Gerais para conseguir medicamentos. O valor é caro e os remédios não estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).
É o caso de Maria Helena Tavares que, há pouco mais de três meses entrou com uma ação para conseguir o remédio Renagel, usado para controlar o fósforo sérico em pacientes com doenças renais crônicas. “Eu já devia ter começado a tomar, mas aqui em Poços não tem. Uma caixa custa mais de R$900 e nem vende nas farmácias aqui de Minas”, disse.
A recomendação médica era de que Maria Helena usasse o remédio três vezes ao dia, após as refeições. Por conta disso, ela já teve algumas complicações: “Os níveis de potássio e fósforo do meu corpo já estão altos. Estou com anemia também. Precisamos que a Secretaria de Saúde nos ajude. Temos que tomar esse remédio”, finaliza.
Dirce Feltran Reche também é paciente de hemodiálise e precisou entrar com o mesmo processo para conseguir o medicamento Hemax. “Eu fiz a solicitação na Secretaria de Estado de Saúde e só fui conseguir o remédio dois anos depois que eu deveria ter começado a usar”, disse.
De acordo com a responsável pela assistência farmacêutica do município, Thaís Pereira Guimarães, o medicamento Renagel (cloridrato de sevelamer) é padronizado pela Secretaria de Estado da Saúde, e pode ser obtido pelos pacientes através da montagem de processo para a SES pelo PCDT (protocolo clínico e diretrizes terapêuticas) da Hiperfosfatemia na Insuficiência Renal Crônica.
“Alguns medicamentos são básicos, que são os que o município oferece, e outros especializados, que são os que o Estado fornece, como esse, por exemplo. O que o médico precisa fazer é avaliar se o paciente se enquadra nesse protocolo. Caso se enquadre, o paciente pode comparecer à Farmácia Central para solicitar o processo para tirar um cópia e levar até o médico. Aí ele verifica quais são os exames e documentos necessários e submete à avaliação da SES-MG. Depois dessa montagem, o solicitante leva de novo à Farmácia Central, que encaminha a Pouso Alegre, onde fica a nossa gerência regional de saúde. É um processo um pouco demorado, pois depende da avaliação da Secretaria de Estado da Saúde, em Belo Horizonte”, explicou.