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Dias de terror, operação de guerra

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Começa a distribuição diária de água no bairro Martinelli.
Começa a distribuição diária de água no bairro Martinelli.

Quando chegamos a Colatina (ES) vamos direto à prefeitura, para saber como está a situação geral da cidade. Na Secretaria de Comunicação Social, encontramos uma jornalista. Ela se apresenta como Dani e logo depois resume bem a impressão que a acompanha desde que o rio da cidade tornou-se lama. Para ela, foi montada uma verdadeira operação de guerra nestes dias de terror.

Dani lembra que trabalhou sem cessar nas primeiras semanas após a tragédia. Esquecia se era dia ou noite, depois de ficar longos períodos dentro da sala fechada. Ela atendeu equipes de jornalismo do mundo todo. Até a Al Jazeera, do Catar, esteve em Colatina.

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O primeiro problema foi a interrupção no abastecimento. Apenas recebiam água nas caixas os hospitais, escolas e instituições beneficentes. Depois começou a distribuição diária de água potável em todos os bairros, por determinação do Ministério Público, sob responsabilidade da Samarco. Em um terreno no Centro da cidade, podemos ver mais de 30 caminhões-pipa. Nesse processo todo, 120 homens do exército ajudaram a organizar a logística.

No Centro, moradores passam várias vezes pela fila para pegar água.
No Centro, moradores passam várias vezes pela fila para pegar água.

Terminada a conversa, a jornalista nos passa uma lista com os pontos de entrega de água. Vamos primeiro ao bairro Martinelli. São dois mil litros, divididos em fardos de nove. Com a ajuda da Polícia Militar, a entrega começa exatamente no horário marcado: cinco horas da tarde. E demora apenas sete minutos.

É fácil concluir que ninguém pega apenas um fardo. Todos passam duas ou três vezes pelo caminhão. Depois de garantir a água, alguns voltam para os bancos que antes estavam na fila. Eles são utilizados para guardar lugar. A pessoa chega, deixa um banco com o próprio nome escrito e vai embora. Só volta na hora de receber a água. O mesmo é feito, em toda a cidade, com pedras, cadeiras, enxadas e outros objetos.

Fila para pegar água potável no Centro de Colatina (ES).
Fila para pegar água potável no Centro de Colatina (ES).

Os colatinenses reclamam. No Centro, a reclamação é de que muitos saem dos trabalhos, pegam água e voltam para suas casas. Assim, os moradores do Centro ficam com menos. Em Martinelli, ouvimos a mesma crítica.

Já não dá para saber quem está certo e quem está errado em meio a essa confusão. No Centro, uma menina faz um banco com cerca de dez fardos e senta-se em cima. Dá até para apoiar os braços. Em Martinelli, um senhor sai com um carrinho de mão carregado com pelo menos 45 litros d’água. Se uns ficam com tanto, o cálculo leva a uma simples conclusão: outros precisam de mais.

Nesses dias de terror, nessa operação de guerra, uma moradora de Martinelli faz algo diferente. É a pensionista Maria Pereira dos Santos, de 79 anos. “Se eu panho água, ajudo os outros. Dei pra Maria, pra Dona Dolina, pra Dona Zelinda e dei pra Rita, que não têm condição de buscar”.

Senhor carrega carrinho de mão cheio de garrafas d'água.
Senhor carrega carrinho de mão cheio de garrafas d’água.


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