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529.000?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!

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Exatas quinhentas e vinte e nove mil, trezentas e setenta e quatro redações da última edição do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM-2015) tiraram nota zero. Este número representa algo em torno de oito e meio por cento (8,5%) do total. E isto provocou a imediata desclassificação dos autores.

Dessas redações zeradas, 248.471 foram anuladas. Segundo consta dos manuais, a anulação pode ser decorrente de presença de sinais que facilitem a identificação do autor, confecção de menos de sete linhas de texto ou, o que acredito ser o caso da maioria, fuga total da temática sugerida. Suponho que as demais 280.903 redações zeraram por total inépcia dos alunos no trato com a língua pátria, ainda que tenham tentando trabalhar o tema sugerido.

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Este grande número revela um fato bastante marcante: o número de redações zeradas e anuladas está aumentando. Não seria natural que diminuísse? Seria! Mas vem acontecendo o contrário. Se antes já era ruim, agora está cada vez pior. E o que esperar do futuro? Talvez o dobro de redações zeradas no próximo ano?

Nem tanto, mas, com toda certeza, não existem boas perspectivas. Para que tivéssemos bons redatores, teríamos que ter bons leitores. Mas, as únicas coisas que os jovens leem em profusão são as mensagens eletrônicas nas redes sociais, cheias de abreviações e gírias, cujos usos não cabem na chamada língua culta.

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E isso não credencia ninguém a escrever com um mínimo de correção, pelo menos o suficiente para ser considerado dentro da média. Com isso, não dá para esperar nada menos do que uma catástrofe ainda maior no futuro próximo.

Mas é possível melhorar? Claro! E todos sabem o caminho: ler muito e escrever mais ainda! A fórmula existe e não é nenhum segredo. Todos os alunos que tiraram nota mil na redação, ou pelo menos próximo disso, são unânimes em afirmar: só se consegue aprender a escrever, escrevendo.

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Só se consegue um mínimo de profundidade nas argumentações adquirindo conhecimentos sobre o assunto comentado, qualquer que seja. Sem argumentos razoáveis é impossível fazer o que se pede, ou seja, apresentar, discutir e encerrar o texto com a defesa das ideias apresentadas.

Mas, como tudo nesta vida, até para maus redatores existe remédio. O treinamento minucioso e persistente é capaz de transformar os redatores medíocres em cronistas razoáveis. Mas é preciso muito exercício e muita pertinácia. E também um mínimo de método, coisa que as pessoas não costumam cultivar.

As oficinas de escrita, que começam a se popularizar no país, tem reconhecida competência na melhora do nível de redação das pessoas que o desejam. Mas a sua adoção por escolas regulares enfrenta um problema sério: o minguado tempo que os alunos permanecem em sala de aula.

A escola de tempo integral, sonhada por todos nós, ainda constitui-se em poucas experiências existentes aqui e ali, implicando em grandes investimentos – materiais e humanos – normalmente escassos na nossa educação pública.

Então, juntando todas as variantes que levaram para esse resultado desastroso na prova de redação do ENEM de 2015, podemos afirmar que, salvo mudanças urgentes que parecem impossíveis, realmente a situação deve piorar no futuro próximo.

E o ENEM de 2016, pesarosamente, certamente revelará um contingente ainda maior de jovens que não conseguem a mínima capacidade de se comunicar por escrito e, pior ainda, terão dificuldades imensas num mercado de trabalho cada vez mais competitivo e excludente.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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