No próximo dia 28, quando mais de dois mil atletas participarão da 36ª Volta ao Cristo, muitos estarão preocupados com os quase 2 km de subida da Serra de São Domingos , mas a parte mais traiçoeira da prova é a descida, já que há muito risco de quedas, além de ser o local onde acontece a maioria das lesões. Por isso, realizei junto com o professor Fernando Nascimento e demais atletas da equipe Nafar um treino específico para a descida.
Nos encontramos pela manhã no Estádio Ronaldo Junqueira, palco da largada da Volta Cristo, realizamos o aquecimento e fizemos uma caminhada, pela parte de trás, até o ponto mais alto da Serra de São Domingos, que fica a 1.686 metros de altitude, no pé da estátua do Cristo Redentor. Chegando lá bati um papo com o professor Fernando sobre como seria nosso treinamento. Confira no vídeo:
Após passar pela estátua do Cristo, com vista para toda a cidade de Poços de Caldas, começa a estrada de terra, mais alguns metros de subida na região das torres de transmissão e início da descida, rumo à rampa de voo livre. Nesse local a atenção tem que ser redobrada. Na estrada de terra, mesmo sem chuva, a preocupação é o cascalho, uma armadilha que já fez centenas de atletas caírem ao longos das 35 edições anteriores.
Na chegada na rampa havia uma forte curva, com muitas pedras. O professor Fernando me explicou que é preciso fazer a curva aberta, para diminuir as chances de queda e de trombar com algum outro competidor. Passando a curva, a vista mais bonita da prova. A Rampa do Baiano tem esse nome em homenagem ao piloto de glider Sérgio Trevisan, precursor desses esporte em Poços, que morreu voando no local em dezembro de 2017. O local atrai pessoas de todo o Brasil pela beleza e a passagem pelo local é um dos pontos fortes da Volta ao Cristo. Passando a rampa, chegamos na descida mais íngreme da prova. Confira no vídeo:
Depois de passar pela descida, o professor Fernando explicou a técnica correta para evitar acidentes. Confira:
São cerca de 2 km de estradas de terra, até a descida se transformar em asfalto. Na hora que há essa transição, o corpo sente o impacto maior e o corredor deve controlar a velocidade. Chegando ao final da Volta ao Cristo, com o corpo cansado, é necessário tomar muito cuidado para evitar lesões. Muitos atletas ignoram as dicas, descem forçando demais o corpo e acabam se lesionando de forma dura.
A descida culmina na Vila Rica, por onde os atletas seguem até a Cerâmica Togni. Parte em que a prova volta para a reta e os atletas estão perto de completar esse desafio tão difícil. Terminando a descida, o professor Fernando fez com que eu acelerasse o ritmo até chegar no Estádio Ronaldo Junqueira. Foi emocionante conseguir completar essa etapa da prova durante o treino. Fica a curiosidade de como vou me portar quando estiver perto da linha de chegada no dia que estiver valendo. Mas, até lá, ainda tem muitos treinos pela frente. Até o próximo!
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