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Edmo confessou o crime (foto: Mariana Negrini/Poços Já)

Estava marcado para iniciar às 8h30 desta terça-feira (17) a sessão do tribunal do júri contra Edmo Geraldo Junior, acusado de matar sua namorada, Lara Adélia Floriano, em dezembro do ano passado. O julgamento acabou não acontecendo porque Edmo foi colocado em liberdade em julho deste ano pela Subsecretaria de Administração Prisional.

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As informações são de que ele respondia a dois processos, por furto e homicídio, e recebeu a liberdade do primeiro, sem que o segundo caso fosse avaliado. Com a situação o réu não teria sido intimado, não compareceu à sessão e o julgamento foi adiado para 29 de outubro.

A defesa do réu é feita pelo advogado Carlos Eduardo de Cássio Ramos, cujo escritório foi contratado pela família. Ele explica que pediu o adiamento da sessão e que o réu não é obrigado a comparecer, mas tem o direito de saber quando será julgado e onde, o que não aconteceu.

Como a defesa e a família de Edmo alegam não saber o seu paradeiro, a intimação deve ser feita por meio de edital a ser publicado. As informações são de que ele teria procurado uma clínica, no estado de São Paulo, e se internado para a reabilitação.

O advogado explicou ainda, sem muitos detalhes, a liberdade concedida ao réu. Ele  afirma que foi constituído para defender o acusado no plenário para o crime de feminicídio e que não sabe de seus antigos processos. Mas, que foi concedido a ele um alvará de soltura em razão de um crime de furto e quando os agentes consultaram sua situação junto ao sistema, por um motivo que ainda desconhecem, não havia impedimento para que ele fosse colocado em liberdade, sendo então liberado.

Uma sindicância deve ser instaurada para apurar as circunstâncias em que Edmo foi liberado do presídio. O objetivo é identificar se não havia prisão para o crime de feminicídio ou se houve erro.

O caso

Lara foi morta no dia 18 de dezembro, quando o namorado a atraiu com a promessa de usarem drogas em um terreno no cruzamento da rua Georgina Dias Monteiro com avenida Antônio Togni, bairro Vila Guaporé. Ela e Edmo foram vistos caminhando pela rua e entrando no terreno baldio. Testemunhas ficaram observando o casal por acreditarem que eles teriam uma relação sexual, mas instantes depois escutaram o grito de Lara. Ao olhar com atenção, viram quando ela escorregou pelo barranco e caiu na rua.

A vítima ainda tentou correr, mas foi prensada na parede pelo autor, que só soltou quando ouviu os gritos da testemunhas e fugiu. As pessoas foram tentar socorrê-la e a encontraram bastante ferida, a levaram ao hospital, mas ela acabou não resistindo.

Outro rapaz chegou a ser preso em flagrante, mas a Polícia Civil descobriu dias depois que o responsável pelas facadas era o então namorado de Lara, Edmo, que ao ser preso acabou confessando o crime.

Ele contou que conheceu Lara em uma clínica de reabilitação e estavam morando juntos. Disse ainda que objetos de sua casa começaram a desaparecer e que acusava a namorada. No momento do crime, ele estaria sob o efeito de drogas e teria voltado para casa e dormido logo após ter matado a mulher com três facadas. As facadas atingiram a região do pescoço, lateral do tórax e costas.