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O Ministério do Trabalho retirou 15 pessoas que estavam vivendo em situação análoga a escravidão em Muzambinho no final do mês passado. O grupo estava trabalhando na colheita de café.

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O caso veio à tona neste domingo (5), em reportagem da ONG Repórter Brasil, que entrevistou as vitimas. Elas relataram que ficavam endividadas ao adquirir equipamentos para a realização do trabalho e passavam cerca de 90 dias trabalhando sem descanso, parando apenas nos dias de chuva. Foi relatado ainda que a carga horária tinha início às 6h e só paravam às 20h.

Para desencadear a operação, fiscais da gerência regional do trabalho de Varginha fizeram vistorias e encontraram péssimas condições, principalmente de segurança e saúde, com alojamentos precários. A situação foi classificada como degradante.

Os alojamentos eram distribuídos em duas edificações, onde o esgoto corria a céu aberto, a rede elétrica era improvisada e havia problemas na captação de água. Fora isso os trabalhadores não tinham camas, nem portas nos locais onde ficavam.

Não foram apresentados recibos de pagamentos e o controle de produção individual dos trabalhadores. Uma das pessoas resgatadas ainda é menor de idade, um adolescente de 17 anos.

Após a retirada dos trabalhadores, o MT emitiu 34 autos de infração e foram pagos R$ 87 mil de acerto aos trabalhadores.

Piumhi

Situação semelhante foi registrada em Piumhi, também no mês passado, onde 18 trabalhadores foram resgatados de uma fazenda. Além de condições precárias de alojamento, as pessoas ainda tinham que viver entre morcegos e ratos, segundo entrevista concedida à ONG.

A fazenda onde a situação possuía diversos selos de certificação e a maioria deles foi cancelada após o flagrante.