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Letícia Lopes Fonseca, de 19 anos, mãe de Ana Lívia Lopes da Silva, de 3 anos, que morreu após ser espancada pelo padrasto, prestou depoimento na delegacia na madrugada desta sexta-feira (15). Ela disse que a filha se sentia culpada pelas agressões. “Eu não vou fazer mais isso”, teriam sido as palavras da criança quando a mãe se aproximou dela.

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Delegada pontua que investigações ainda buscam informações sobre demais crimes contra Ana Lívia

O depoimento foi colhido pelo delegado de plantão que autuou Letícia em flagrante por homicídio, por ela ter se omitido a prestar socorro à própria filha, e também autuou Christopher Anthony Tavares Coelho, 27 anos, padrasto da vítima, por feminicídio, homicídio qualificado por violência doméstica. “A investigação vai se concentrar em outras qualificadoras, levando em consideração a crueldade, a brutalidade, além da impossibilidade da criança de oferecer qualquer tipo de defesa ou resistência”, revela a delegada Maria Cecília Gomes Flora, da Delegacia de Apoio Operacional.

Christopher se negou a falar. Diante disso, foi Letícia quem revelou que ao acordar, por volta das 8h30, viu a filha bastante machucada, que ela estava consciente e em uma banheira com água fria. A menina, ao ser colocada na cama, disse que não faria mais isso e perdeu a consciência em seguida. A mãe não procurou socorro antes das 17h, só fazendo isso quando o quadro já era bastante grave. Mesmo com a ida ao hospital Ana Lívia não resistiu. “Ela se sentia culpada pelo fato de ter sido agredida”, esclarece Maria Cecília.

Além das lesões pelo espancamento a polícia ainda vai investigar se a vítima sofria abuso sexual, já o médico legista detectou lesões na criança. Outro ponto a ser apurado é descobrir há quanto tempo essas agressões vinham ocorrendo. A polícia já tem conhecimento de pelo menos um episódio. “Há cerca de um mês o Conselho Tutelar foi acionado pela diretora da creche, que percebeu algumas lesões na Ana Lívia. Os pais foram intimados para prestar esclarecimentos e agora estamos aguardando o encaminhamento cópia do que foi apurado por eles para somar ao inquérito e comprovar que as agressões não foram realizadas apenas nesta ocasião”, relata a delegada.