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Dois homens foram presos acusados de matar o entregador Rafael da Silva Moraes, de 36 anos, no último dia 10. Adriano Rubbo Rodrigues Rossi, de 38 anos, nega o crime, enquanto Júlio Cesar Apolinário, de 28 anos, confessa ter participado, embora afirme que acreditava ser “apenas um susto”.

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Rafael foi morto a facadas (foto: redes sociais)

De acordo com o delegado Hernanni Peres Vaz, os nomes de Adriano e Júlio foram os primeiros a aparecer como suspeitos, tanto que a própria Polícia Militar, que fez o primeiro atendimento, foi até a casa de Adriano. “Na ocasião os militares estranharam o fato de ele ter demorado alguns minutos para atender a porta e por estar lavando roupas aquela hora da noite, mas como não havia provas contra ele, ele não foi detido”.

Primeiro foi preciso identificar os autores e a motivação do crime. Com os primeiros nomes suspeitos, descobriu-se que Júlio era cunhado da vítima, já que a irmã dele e Rafael tinham um relacionamento, inclusive filhos, e que Adriano também manteria relacionamento com ela. “Aconteceu um entrevero entre Rafael e Adriano por conta da mulher”, explica o delegado.

Adriano nega o crime (fotos: Mariana Negrini/Poços Já)

Em seguida, a polícia descobriu que o telefone que fez contato com a pizzaria e levou a vítima até o local do crime era de Adriano. “Após pedir a pizza, Adriano e Júlio se esconderam na mata. Eles chegaram a abordar um motoqueiro, por acreditar que seria Rafael, só que quando viram que não era ele liberaram o motoboy, que foi localizado e interrogado, tendo encontrado grande semelhança com Adriano como sendo o rapaz que o abordou no dia do crime e também reconheceu as características físicas do Júlio”, detalha Hernanni.

A partir daí, as teses de investigação foram confirmadas. A polícia representou pela prisão temporária, de 30 dias, e o mandado foi cumprido na quinta-feira (24). Ao ser preso, Adriano negou o crime, apesar das provas contra ele, enquanto Júlio confessa a participação, mas diz que não tinha intenção de matar, apenas de assustar a vítima.

Julio era cunhado da vítima e assumiu ter planejado o crime ao lado de Adriano

“Julio disse que, uns 15 dias antes da morte, Adriano o chamou e juntos planejaram a ação. Ele alega que era apenas para dar um susto em Rafael e que no dia dos fatos eles foram até o Santa Rosália e quando a vítima chegou foi que descobriu que Adriano estava com uma faca. Ele conta que ele mesmo abordou a vítima, que tentou correr, mas foi atacada com os pedaços de pau”, resume Hernanni. “Ele disse ainda que, enquanto tomava os golpes de faca, a vítima olhou para Adriano e balbuciou o nome dele, reconhecendo o autor”, acrescenta. Dias após o crime, Adriano teria procurado novamente Júlio e dito que a Polícia Civil não iria conseguir chegar até eles.

Hernanni vai indiciar a dupla por homicídio triplamente qualificado

Agora, a dupla será indiciada por homicídio triplamente qualificado e pode ter a prisão preventiva pedida ao fim do inquérito policial. “Os golpes foram empregados com tamanha brutalidade que a faca chegou a quebrar o cabo, o que demonstra a força empregada nos golpes”, ressalta o delegado sobre a crueldade do crime. Os golpes atingiram principalmente o pescoço da vítima.