Caminhoneiros iniciaram, na tarde de terça-feira (23), uma manifestação no pórtico de Poços de Caldas, BR-267, em ação de protesto contra o preço do óleo diesel. Durante a noite eles chegaram a queimar pneus. Desde que a barreira foi montada, apenas veículos de passeio e com alimentos perecíveis são autorizados a passar.
Os primeiros caminhões pararam antes de anoitecer e a quantidade só aumenta com a chegada de novos manifestantes e a proibição de passagem para caminhões. Na manhã desta quarta-feira (23) a PRE não tinha uma estimativa de veículos parados, mas fala-se em mais de 30, somente do lado mineiro. Como a barreira foi montada na divisa dos Estado30s de Minas Gerais e São Paulo, boa parte dos produtos que são destinados a Poços podem não chegar. No entanto, a manifestação é nos dois sentidos das vias.
Estudantes que saíram para faculdades nos estados vizinhos em van, temiam não poder retornar para a cidade, mas como o manifesto é pacífico e a intenção, segundo os próprios manifestantes, é apenas de chamar a atenção do Governo Federal para a forma abusiva de aumento do combustível, os caminhoneiros liberaram as circulação das vans.
A Polícia Rodoviária Estadual (PRE), responsável pelo trecho mineiro da paralisação, tem acompanhado de perto a greve, sem ter realizado nenhuma intervenção, já que não há riscos e os caminhoneiros exercem seus direitos. Na noite de terça-feira os grevistas chegaram a colocar fogo em pneus, mas as chamas se extinguiram sozinhas sem atingir nada além dos próprios pneus. O fogo aqueceu os manifestantes durante a madrugada e não foi utilizado para bloquear as vias.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou, na manhã desta quarta-feira, manifestações em trechos da BR-381, nas cidades de Três Corações, Carmo da Cachoeira e São Gonçalo do Sapucaí, nos quilômetros 754, 734 e 796 respectivamente, todas apenas no sentido decrescente. Ainda no Sul de Minas, na cidade de Lavras, também na BR-381, a greve acontece nos dois sentidos da via, no quilômetro 690.
Outras cidades já registraram movimentos, mas já finalizaram o movimento.
Greve
A greve dos caminhoneiros já tem três dias e atinge 24 estados brasileiros. Os profissionais reclamam do alto custo do diesel e garantem que isso inviabiliza os fretes.
A ação dos caminhoneiros já pressiona o governo, que anunciou na manhã de terça-feira que eliminará a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre o diesel e a gasolina, na tentativa de acabar com a greve dos caminhoneiros contra a alta dos combustíveis, mas a proposta não contentou os manifestantes.
Os caminhoneiros exigem uma redução dos preços do diesel. Desde o início de maio, o preço do diesel das refinarias (antes dos impostos) subiu 12% e o da gasolina 14%. A estatal se recusa a rever a política, que considera fundamental para sua estratégia de recomposição financeira e de imagem.