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A Polícia Civil apresentou, na manhã desta quinta-feira (1°), José Ronaldo dos Reis, 29 anos, conhecido como Nêgo, Jean Paulo Pires, 30 anos, e Amom Gezer da Cruz, 29 anos, presos suspeitos de terem matado Elias Donizeti da Silva, de 48 anos, conhecido como Liu, no dia 18 de fevereiro. O crime teria sido motivado pela disputa por um ponto de venda de drogas. O acusado de atirar, Amom, além de confessar o crime, disse friamente que ‘antes a mãe da vítima chorar, do que a dele’.

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Os três acusados foram presos no dia 27 de fevereiro, após a polícia conseguir, junto à justiça, mandados de prisões contra eles. Jean e Amom foram até a delegacia acompanhados de seus advogados, já José foi preso em casa.

Ao serem confrontados pela imprensa, Jean não quis se pronunciar,  apenas confessou ter envolvimento com o tráfico. José não disse nada, e Amom confessou o homicídio e tentou livrar os comparsas das acusações. “Ele estava ameaçando a minha família, os meninos aí não tem nada a ver com isso”, afirma.

Amom não explicou os motivos das ameaças, apenas afirmou que não tinha dívidas de drogas com a vítima. “Fui atrás dele, pronto e acabou”, diz.

O executor e a vítima eram conhecidos, moravam no mesmo bairro. O acusado diz ainda que todo mundo da região conhecia Liu, que seria traficante. “Não teve desavença, o cara era folgado. Se não fosse eu, era pra ele tá (sic) aqui no meu lugar”, enfatiza e acrescenta: “Antes a mãe dele chorar do que a minha”.

Amon confessou ter atirado em Liu ( Fotos: Mariana Negrini/Poços Já)

Investigação

A Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO) deu início aos trabalhos de investigação logo após a notícia do crime. Cerca de 40 minutos após os disparos foi localizada uma moto em chamas, próximo a um frigorífico, em uma estrada vicinal.

A perícia foi até a moto e conseguiu recuperar o chassi e a partir disso as investigações foram sendo traçadas. “No início da semana conseguimos saber que se tratava de uma moto de leilão, iniciamos uma busca pelas autopeças e conseguimos localizar a nota fiscal desta motocicleta, especificamente. A partir disso fomos buscando todos os proprietários que tiveram a posse dessa moto, chegando ao último deles, que foi o Jean Paulo”, explica o delegado Cleyson Rodrigo Brene.

Ao ser ouvido na delegacia, Jean Paulo acabou contando tudo, inclusive o fato de ter cedido a moto a dois indivíduos envolvidos com o tráfico de drogas e afirmando que eles teriam executado a vítima.

A motivação do crime chama ainda mais a atenção. Segundo o delegado, o autor/executor, confirmou as declarações de José e esclareceu o caso. “Os três eram sócios de um ponto de drogas que eles arrendavam da vítima, pagando R$ 300 por semana. Em razão das cobranças semanais desse arrendamento, começaram as discussões, seguidas de agressões, onde a vítima teria agredido um dos autores presos, ameaças com arma de fogo, inclusive, no dia dos fatos, terminaram com a execução da vítima”, explica o delegado.

Polícia concluiu a participação de cada um no crime

Assim, Jean é o responsável por emprestar a moto, Amom é o executor do disparo e Nêgo conduzia a moto durante a prática criminosa. Jean  ainda retornou para buscar a dupla na estrada vicinal.

“Em relação ao tráfico de drogas, que eles denunciaram de maneira bastante minuciosa, será instaurado um inquérito específico para a apuração dos envolvidos e em relação ao homicídio, ainda vamos concluir algumas diligências e aguardar os laudos periciais. No entanto, duas qualificadoras já foram encontradas, o motivo torpe e a impossibilidade de defesa da vítima”, esclarece o delegado sobre os indiciamentos a serem feitos.

Apenas José Ronaldo não tinha passagens anteriores pela polícia. Segundo Brene, Amom e José foram até a delegacia acompanhados de seus advogados. Antes, porém, os passos deles foram monitorados e Jean foi preso em casa.

Além do delegado atuaram no caso os investigadores Sinval, Bárbara, Nicole, Douglas e Paulo Silva, o escrivão Aram e o perito Renan.

Combate especializado

Este é o primeiro serviço de notoriedade da nova equipe montada pelo delegado regional, Gustavo Manzolli. A nova DRACO da regional de Poços vai atuar nos crimes violentos de forma mais efetiva, para dar uma resposta mais rápida à população.

“Nós potencializamos a equipe que lida na área de criminalidade violenta, para que possam se dedicar exclusivamente a estes tipos de casos mais graves, que causam intensa comoção social e isso já está repercutindo com a manutenção da eficiência e agora de maneira mais prioritária e direcionada. Esperamos um ganho para a população”, pontua Manzoli.

Nova DRACO pretende atuar nos crimes violentos de forma mais efetiva