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A Polícia Civil aguarda a liberação de vagas em  um Centro de Ressocialização para os três adolescentes, com idade entre 14 e 17 anos, apreendidos acusados de  homicídio cometido no mês passado. Por enquanto, eles permanecem recolhidos no presídio local, mas o prazo para a permanência termina na sexta-feira (24). Após serem detidos, o trio confessou o crime, que teve requintes de crueldade.

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De acordo com o delegado Cleyson Rodrigo Brene, o assassinato praticado contra Jesuel Donizetti Beraldo, o ‘Índio’,  de 40 anos, no dia 13 do mês passado, foi praticado em razão de furto de drogas. A motivação foi apresentada pelos suspeitos em depoimento. Os adolescentes foram apreendidos no bairros Jardim Kennedy, Nova Aparecida e São João.

“Demos cumprimento nesta segunda-feira aos três mandados de internação, de cinco dias, de adolescentes que estavam envolvidos em um homicídio. Ao iniciarmos as investigações interrogamos uma das testemunhas, que estava com a vítima no dia dos fatos, e ela confirmou que viu quando os adolescentes se aproximaram da vítima e a arrastaram até o matagal, onde ocorreu o assassinato. Diante dessas circunstâncias, representamos pela internação”, esclarece.

Ao serem apreendidos, os adolescentes confessaram o crime e ainda esclareceram que a morte se deu com pauladas e pedradas, além de terem ateado fogo quando Índio já estava morto, ou pelo menos, desacordado. Esclareceram ainda que todos participaram das agressões e que em determinado momento os adolescentes de 15 e 17 anos permaneceram dentro da mata agredindo a vítima, enquanto o garoto de 14 anos ficou do lado de fora observando a movimentação e uma possível intervenção policial.

“Eles afirmaram que a vítima tinha furtado droga deles, que estava escondida naquele matagal, e aquela não era a primeira vez que o Índio tinha feito isso e por isso resolveram matá-lo”, pontua Brene. “A morte demonstrou requintes de crueldade, em razão da violência empregada e ainda pela forma que atearam fogo demonstrando um descaso com relação ao ofendido”, acrescenta.

As investigações apontam ainda que na primeira vez que o trio soube do furto de drogas, teria agredido Índio como um alerta e a decisão de matar veio do fato dele não ter se intimidado.

Todos os adolescentes possuem registros por envolvimento em outros crimes como: tráfico de drogas, receptação e roubo. Eles estão recolhidos no presídio e há uma união de esforços para que eles possam ser encaminhados a uma unidade de ressocialização, já que a internação determina um prazo inicial de 45 dias.

Delegado lamenta falta de centro para atendimento de menores na região (foto: Mariana Negrini)

“O juiz irá oficiar a Suase (Subsecretaria de Atendimento às medidas Socioeducativas) para que tenha a abertura de três vagas, mas é importante frisar que não temos nenhum centro de atendimento a adolescente infrator no Sul de Minas, o que é uma questão delicada por interferir diretamente na sensação de impunidade quando o crime praticado por adolescentes”, lamenta o delegado.

Os adolescentes vão responder por ato infracional análogo a homicídio qualificado, por impossibilidade de defesa da vítima e  com motivo torpe.

Além do delegado, participaram dos trabalhos os policiais Clayton, Sinval, Paulo Emílio, Nicole, Filipe, Bárbara, Paulo Silva, Daniel, Douglas e Antônio.