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Uma ação da Polícia Militar no bairro São José, durante a noite de terça-feira (21), tem gerado polêmica nas redes sociais. Há denúncias de racismo e abuso de poder. Segundo a PM, por enquanto ninguém procurou a administração da companhia, responsável pela ocorrência, para denunciar o caso.

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Entre as publicações que mais chamaram a atenção está a de José Muniz, conhecido como Zequinha, ex-secretário municipal de Serviços Públicos. Segundo ele, “uma jovem senhora que saía do trabalho e havia buscado seu filho na creche caminhava para a casa e o mau policial a abordou com agressividade na frente do filho. Exigiu que ela se postasse na parede na posição de revista, ela surpresa, perguntou sobre a ação”, relata. Ele ainda alega que o policial disse que aquele bairro era de “maioria negros e bandidos”.

Zequinha questiona o treinamento do policial e também a discriminação racial, além de se demonstrar assustado com o caso que considerou inaceitável. Ele finaliza pedindo que a ocorrência seja averiguada.

A reportagem tentou entrar em contato com Zequinha por telefone e pelas redes sociais, mas até o momento não houve resposta.

Polícia Militar

A Polícia Militar registrou um caso no bairro no dia citado, por volta das 19h. O boletim de ocorrência fala da abordagem e cita uma revolta popular.

De acordo com o registro, os policiais da Companhia de Policiamento Especializado, realizavam patrulhamento pelo bairro São José. Na rua Pedro Rosa, se depararam com dois indivíduos  abaixados mexendo em uma motocicleta. Foi feita a abordagem para a averiguação um homem de 38 anos, pai de um dos abordados e bastante exaltado, quis saber o motivo da abordagem.

Ainda de acordo com o registro, os militares tentaram explicar a ação policial. No entanto, o homem começou a gritar e desacatar os policiais. A gritaria promovida pelo autor ganhou força popular, e todos foram advertidos para que mantivessem distância do local da abordagem, inclusive o autor. Por diversas vezes ele e os demais populares desobedeceram a ordem. Então, foi dada voz de prisão ao homem, que resistiu empurrando um oficial mas acabou algemado.

Mesmo com o rapaz preso por desacato e já dentro da viatura, populares teriam investido contra os militares, “para arrebatar o preso”, momento em que os policiais teriam empregado balas de borracha e sido repelidos com uma pedra.

Os militares envolvidos já haviam solicitado apoio de outras guarnições, que chegaram neste momento e possibilitaram que eles deixassem o local.

A PM diz que no momento dos fatos não foi possível precisar se alguém da multidão havia sido atingido pelas balas de borracha, mas a corporação foi informada de que uma pessoa tinha dado entrada no Hospital Santa Casa com ferimento na mão, alegando que teria sido atingida por tiro de borracha.

Policiais estiveram na unidade de saúde onde o ferido passava por atendimento e aguardava uma avaliação do ortopedista. Já o preso foi apresentado na delegacia.

Apuração

A Companhia Independente de Policiamento Especializado ainda não recebeu nenhuma denúncia ou queixa com relação ao trabalho realizado e aguarda assim uma ordem do comando da 18ª Região de Polícia Militar ou dos órgãos de fiscalização para iniciar o processo de apuração. Há ainda a possibilidade de alguém procurar a companhia para fazer a denúncia e motivar os trabalhos.