Na manhã do último domingo (30), com a participação de 750 atletas, a Corrida da Apae chegou a sua 8ª edição em grande estilo. A organização inovou e ofereceu quatro distâncias, 3, 6, 12 e 18 quilômetros, introduzindo no percurso a estrada de terra que liga a Represa Bortolan à capela projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, uma das principais atrações turísticas de Poços.
Uma marca da Corrida da Apae nessas oito edições é a festa que acontece no local da largada e da chegada, na Praça Paulo Afonso Junqueira, na Vila Cruz, em frente a sede da entidade. A largada aconteceu pouco depois das 8h, e os atletas seguiram juntos o trajeto pela Avenida João Pinheiro, sentido represa do Bortolan. A turma dos 3km retornou em uma ponte na altura da Cerâmica Togni, os atletas dos 6km fizeram o retorno no meio da subida das concessionárias e a galera dos 12km seguiu até o Bortolan, retornando pouco antes de chegar a entrada da Praia do Sol.
O percurso de 18km foi um capítulo a parte. Com certeza o mais badalado entre os atletas. Muito em função de introduzir no percurso a estrada de terra, que é claramente a preferência dos corredores poços-caldenses. E, claro, pela oportunidade de ser fotografado com a igrejinha ao fundo.
Mesmo os atletas que costumam a participar de distâncias mais curtas, na Corrida da Apae, optaram pela prova de 18km. A campeã, Márcia Gisele, é especialista em provas de 10km, já a vice-campeã, Mislene Aparecida, tem conseguido grande destaque nas provas de 5km. As duas optaram pela prova de 18km e acabaram fazendo um grande duelo.
“Foi um percurso muito duro, eu e a Mislene ficamos bem próximas uma da outra. Foi uma prova bem disputada, uma briga de guerreiras. Tenho feito algumas provas maiores, como essa de 18km, mas esse ano estou muito focada nos 10km. Esse tipo de prova me ajuda a aumentar um pouquinho a distância para tentar fazer uma maratona no final do ano. Foi bem pesado, eu estava com um pouquinho de dor e achei que não ia correr bem. Foi bom, o corpo desenvolveu bem e consegui mais uma vitória, graças a Deus “, contou Márcia.
Amizade dentro e fora das provas
Jonathan Anunciação, Fernando Sandi e Lucas Rafael estão acostumados a treinar juntos, representam Poços em diversas provas pelo Brasil e travaram uma bela disputa pela primeira colocação na prova de 18km. No final, prevaleceu a juventude de Jonathan, o mais novo entre os três, que foi o campeão, seguido por Sandi, em segundo e Lucas, em terceiro. Mas, o que realmente valeu foi o belo espetáculo proporcionado por esses grandes atletas de Poços.
“Fico bem feliz de ter conseguido a primeira colocação geral, ainda mais que estou em um trabalho visando a Maratona SP City Marathon em São paulo, no dia 18 de julho. Eu o Sandi, que ficou em segundo lugar e o Lucas, que ficou em terceiro, estamos sempre treinando juntos e conseguimos fazer uma boa corrida da Apae. Graças a Deus deu tudo certo”, disse Johnatan após a prova.
Triatleta no pódio
Luis Felipe Oliveira é um triatleta de Poços que vem fazendo bonito em provas em todo o Brasil e até no exterior. Por sua agenda cheia, é difícil ele participar de provas na cidade. Mas, Felipinho, como é conhecido, conseguiu encaixar a Corrida da Apae em sua agenda de treinamento. O atleta de Poços fez bonito e acabou campeão dos 12km Masculino.
“Esse ano eu comecei fazendo duathlon, focado no Campeonato Brasileiro de Triathlon Longa Distância. Há duas semanas fiz a segunda etapa do Brasileiro, em Fortaleza, onde eu fiquei em terceiro. Fiz a prova da Apae como prova controle, que a gente faz para medir como está o treinamento. Deu certo, fiz os 12km ritmado, um pouco mais forte, para fazer um simulado de prova. No dia 14 vou participar da Meia Maratona das Águas, como um treino mais longo. Muito bom poder correr em casa”, conta Filipinho, que teve a seu lado, como campeã dos 12km Feminino, a atleta Andreza Ramos.
De volta ao topo
Robson Alvarenga é um dos corredores mais rápidos do Sul de Minas. Especialista em prova de 5km, no ano passado ele ganhou todas as corridas possíveis em Poços de Caldas. Porém, em 2019, algumas lesões fizeram com que ele desse um tempo dos pódios. O retorno foi justamente na Corrida da Apae e ele fez bonito, ficando com o primeiro lugar da prova de 6km.
“No ano passado eu venci todas as provas aqui em Poços, venci todas as provas na região. Mas, tive três lesões no começo do ano: uma depois da Volta ao Cristo, um acidente doméstico e a última agora eu estava competindo, senti uma contratura, fui tentando, acabei caindo, sofri lesões no cotovelo, no joelho e na coluna. Fiquei cinco semanas parado, foi a lesão que me fez ficar mais tempo parado na carreira. Mas, graças a Deus, eu consegui dar sequência no treino, fui retomando e voltei em grande estilo. O percurso da Corrida da Apae foi alterado em relação ao ano passado que era de 5km, esse ano foi 6 km. Mas, foi super aprovado, teve uma subidinha, depois uma descida para a recuperação. Graças a Deus deu tudo certo e eu finalizei com mais uma vitória”, relata Robson. Nos 6km feminino a campeã foi Gisele Vidal.
Novos desafios
Após o sucesso da Corrida da Apae, o presidente da entidade, Marcelo Colleoni, revelou que a ideia é que no ano que vem a prova se torne uma meia maratona, com um dos percursos sendo de 21km.
“São 8 anos de prova, cada ano é um aprendizado. Nesse ano conseguimos misturar um pouco de percurso urbano e de montanha, por isso inovamos com a distância de 18km, onde o atleta foi até uma fazenda, em uma vista maravilhosa, e voltou. No ano que vem a ideia é estender um pouquinho mais, para quem sabe fechar os percurso nas distâncias de 6, 12 e 21 quilômetros”, revela Colleoni.
O presidente da Apae lembra ainda que em dezembro haverá uma prova piloto na Fazenda Irarema, fechada para atenas 200 atletas. “No dia 15 de dezembro faremos uma prova piloto na fazenda Irarema, apenas para 200 atletas, limitado, não da para passar desse numero lá. Estamos estudando a viabilidade para não degradar o meio ambiente e buscando alternativas para fazer a prova da melhor maneira possível, com GPS, com a localização de cada atleta, para não ter risco de se perder ninguém, já que, em estrada de terra, no meio da fazenda, qualquer curva que você faz ao contrário pode levar a outro lugar”, conta Colleoni.
A Corrida da Apae contou com a doação de empresas solidárias, Leiturinha, PlayKids, Unitran Autoescola, Prefeitura Municipal de Poços de Caldas, F2A2, DNZ Live Marketing, O Boticário, Fundação Curimbaba, Montevérgine, Café 3 Corações e Okus Capital Investimentos e apoio da Polícia Militar, Secretaria de Esporte, Demutran e Climepe Total.