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Poços de Caldas

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Percepções, silêncios e transformações internas

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Muitas vezes, nos fechamos e deixamos de dizer, acreditando que a melhor saída é o silêncio. Porém, nem sempre esta é a melhor decisão. O calar-se vem de cessar uma voz que fala dentro, evitando que ela se projete para fora. Muitas vezes isso vem do medo de se expor, da vergonha, da culpa. O medo de não ser aceita e não ser acolhida enquanto dialoga desde este espaço interno de vulnerabilidade, intimidade e fragilidade.

O calar-se vem como um bloqueio, como uma barreira que evita o acesso, como muros energéticos que construímos ao nosso redor para nos proteger. São armaduras. São as águas internas estancadas que não podem fluir para fora – se não fluem para fora, também não fluem para dentro, pois o canal para receber de volta a energia é o mesmo; se encontra estancado de um lado e do outro também não se move, não há enfim espaço para conexão, não há espaço para reconhecimento, não há espaço para empatia.

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Quando nos comunicamos sem identificação com os próprios processos, mantendo uma perspectiva mais alta e consciente na verdade e auto responsabilidade, permitimos que o outro compreenda a nós e a si mesmo. Por isso a importância de falarmos em primeira pessoa, comunicando a partir da realidade que existe em ti (e somente em ti); em forma de pensamento, emoções e sentimentos, permitindo um transbordar honesto, íntegro e sem expectativas. Sem cair nos jogos de acusação, vitimização ou comparação.

Exercitar a comunicação tem me trazido muitos presentes. No momento em que comecei a me abrir, outras pessoas amadas tomaram fôlego e se puseram também a mostrar o coração em forma de palavras. Desde então tenho recebido a linda oportunidade de conhecer e me conectar a pessoas em sua profundidade… tenho me sentido mais aceita, pois passei a aceitar melhor a mim mesma. Tenho me sentido mais livre, não precisando entrar em minha caverna interna a cada vez que algo embaraçoso me subia à garganta. Tenho me sentido mais verdadeira, mais honesta, mais transparente… e tudo isso tem facilitado muito o fluxo de vida que se manifesta em mim e através de mim. Tudo isso sem dizer que tenho descoberto o enorme poder de magia que possuem as palavras: no momento em que coloco verbalmente a intenção de que algo se cure, de que algo se quebre, de que algo se transforme, em mim ou ao meu redor, isso automaticamente começa a acontecer em níveis realmente quânticos. Acho que o universo só quer mesmo é que sejamos honestos.

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Hoje observo uma grande diferença em meu internalizar e o observo continuamente, pois a quietude possui muitas camadas e mais camadas a serem exploradas. Quando internalizo, a energia não fica estagnada dentro como forma de bloqueio mas se move para dentro como forma de natural fluidez. Ela se torna mais branda, mais suave, mais sutil… ela perde a referência de palavras.

Internalizar é adentrar, pacificamente e por escolha, em seu próprio templo sagrado, se dando a oportunidade de contemplar a si mesmo desde um profundo silêncio, que ecoa sem tempo nem espaço, no contemplar.

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*Évila dos Anjos é nortista, cabocla da cidade de Belém do Pará. A(R)tivista na vida, pedagoga, atriz, professora de teatro, diretora teatral, palhaça, contadora de histórias, performer e membro fundadora da Cia Nós de Teatro. Desenvolve trabalhos de educação/teatro em projetos sociais, tendo experiências diversas no ramo. Alia a arte à militância, pois uma não caminha sem a outra. Com o tempo e as vivências, aprendeu que a arte é uma maneira de resistência e uma das bandeiras que carrega como forma de conscientização e cura para descobertas e convicções. Mora em Poços de Caldas há seis anos, mantendo as raízes de luta e força dentro dos espaços e da arte, caminhando e seguindo graças a toda ancestralidade que a rege.

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