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Poços de Caldas

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O poder da Vale e o que a imprensa não mostra

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Já estamos em Poços de Caldas, mas a cobertura da Tragédia em Brumadinho não acabou. Continuamos a contar, neste espaço, as histórias e personagens que conhecemos enquanto estivemos no Córrego do Feijão. Assim que saímos de lá, ainda fomos a Mariana para saber como estão as famílias que encontramos na cobertura de 2015, mas isso é assunto da próxima reportagem.

Por enquanto, vamos focar nas conversas que ouvimos à boca miúda, nos bares, padarias, nas ruas, pois os moradores locais revelam perspectivas que nem sempre são expostas pela imprensa. Considerando que a visão dessas pessoas é relevante, já que vivem diretamente nessa realidade, decidimos trazer os boatos à tona.

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Antes, é importante dizer que a Vale é a grande empregadora do Córrego do Feijão e de Brumadinho. Quem mora (ou morava) no bairro rural, em maioria, não nasceu ali. Os trabalhadores chegam de tudo que é canto do Brasil, para trabalhar na mineração.

A Vale domina a vida econômica, gera empregos, gera renda e também gera dependência. Enquanto acompanhamos uma manifestação contra a empresa, um rapaz chama discretamente o Juliano Borges (repórter e diretor do Poços Já) e fala baixo, como se tivesse medo de ser ouvido. Ele diz que é contra suspender a mineração ou criar leis que dificultem o trabalho da empresa, porque se a mineração for interrompida, ou minimamente prejudicada, centenas de pessoas vão perder seus empregos.

O relato dele demonstra, mais uma vez, o tamanho do poder que a Vale exerce. Não se trata apenas de influenciar as políticas públicas, mas também de provocar tanto medo na população a ponto do crime que matou cerca de 300 pessoas ser colocado em segundo plano. É o fantasma do desemprego. Porém, não vamos entrar nessa discussão. Partiremos para o próximo tópico.

Outra versão interessante dos fatos é a de um ex-funcionário da Vale que encontramos no Feijão. Ele afirma que, no dia do rompimento da barragem, houve explosões de dinamite na mina, o que teria provocado a tragédia. As dinamites são utilizadas para abrir o caminho da extração, segundo ele.

Depois de um dia cansativo de cobertura, descrito pelo Juliano na reportagem O Grande Cemitério (leia neste link), decidimos tomar um merecido – e muito bem recomendado – sorvete.

Paramos em uma sorveteria na estrada que liga o Córrego a Casa Branca, outro bairro de Brumadinho, onde ficamos hospedados. O sorvete é dos melhores, com preço baratíssimo. Enquanto saboreamos a iguaria gelada, também ouvimos as conversas ao redor. As três mesas, cheias de gente, concordam em dois pontos: a lista oficial de desaparecidos não inclui todos os nomes e os bombeiros encontraram muito mais corpos do que os divulgados.

Ouvimos os mesmos comentários incontáveis outras vezes durante a cobertura, inclusive a respeito do crime de 2015, que teria matado 19 pessoas. Segundo moradores de Mariana, foram mais de 80.

Sim, são boatos. Por outro lado, é fato que, mesmo depois de um crime desse porte, o poder da Vale continua imenso. A imprensa tem pouco acesso à informação e fica à mercê de esporádicas entrevistas coletivas. Enquanto não conseguimos ir mais a fundo, ao menos fazemos questão de garantir que as vozes das ruas do Córrego do Feijão sejam ouvidas.

*A cobertura do Poços Já em Brumadinho tem patrocínio das seguintes empresas: Centro Médico Oncológico (CMO), Construtora Horizonte, Embtech, Gatino Fitness,  Lab Tânia, Lavanderia Laundromat, Maní, New York Pub, Pizza na Roça, Poltrona 1 Turismo, PP Caponi, Pulsar, Sushi na Roça e Unifenas.



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