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Poços de Caldas

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PA – Pensadores Anônimos

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Tirei férias. E como todo bom trabalhador que preza pela sua saúde mental faz, assim que encerrei meu expediente no dia derradeiro ante-férias, comecei a pensar em absolutamente nada. Pois precisamos muito do nada. E como o nada faz falta! O vazio, ali, a ser preenchido por qualquer outra coisa, sem preocupações, sem achismos, sem anseios. Apenas o vazio, cheio de nada.

Foram poucos, mas bons minutos. Infelizmente passou rápido, pois o ser humano é um ser pensante, e ainda que faça força pra pensar em nada, é tomado por toda sorte de pensamentos antes mesmo que perceba o quão cansado está por não conseguir parar de pensar, o tempo todo. E então me pus a pensar que eu deveria pensar menos.

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Me lembrei de tantas horas de sono perdidas, tantos momentos de lazer desperdiçados, tanto descanso jogado no lixo, tudo isso por pensar muito e não conseguir parar. Penso, inclusive, que deveriam haver grupos de PA (pensadores anônimos) onde, dentre as atividades de partilha e apoio mútuo, se conversaria sobre os doze passos e formas de não ceder ao vício involuntário de pensar, incluindo a velha e boa técnica do “Por hoje não”. E aí eu pensei: “só por hoje não vou pensar”. Ora, mas que ilusão. Sem querer eu já estava pensando.

Não que isso seja uma coisa ruim, pois na verdade, grandes idéias surgem de pessoas que pensam muito. O difícil, na verdade, é canalizar os pensamentos para as idéias. Pois na maioria das vezes, o pensamento se volta para questões tão frívolas e ordinárias que poderiam facilmente se resolver sozinhas sem influência dos pensamentos que as envolvem. Talvez essa seja a grande sacada, a ser trabalhada inclusive nas reuniões de PA. Assim como o aviso nos meios de transporte público, “fale com o motorista somente o necessário”, poderíamos avisar a nós mesmos a todo instante: pense consigo mesmo somente o necessário.

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No mais, volto ao exercício de pensar em nada. Afinal, as férias estão acabando, e como um pensador anônimo que sou, reconheço que sempre terei problemas com pensar além da conta.

*Anderson Loro é psicólogo e músico. Como psicólogo, atua em clínica particular e no serviço público pela Prefeitura de Poços de Caldas, com pessoas em situação de rua e com grupos de homens denunciados por meio da Lei Maria da Penha. Como músico, atua em diversos grupos, dentre eles a Banda Capitão Vinil.

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