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Vivemos a quarta revolução, uma época em que o sonhado futuro onde máquinas passariam a pensar e a disputar espaço com humanos chegou. A transformação é grande a ponto de, segundo pesquisa apresentada no Fórum Econômico Mundial, 90% das profissões de crianças que hoje estão no primário ainda não existem. As mudanças serão mais rápidas que nas outras revoluções industriais, devido à tecnologia que cresce em ritmo não mais linear, mais exponencial.

Não falamos apenas de mudança em máquinas, mas na combinação de três fatores: tecnologia, biologia e sociedade. Nestes cenários as previsões de especialistas são que em 2029 a inteligência artificial esteja no mesmo nível da humana e que sequer consigamos distinguir homens de máquinas, pois máquinas estarão humanizadas e homens estão cyborguizados. Nesta corrida, teremos tecnologia para gradativamente irmos substituindo nosso corpo por próteses que nos permitam nos tornar cada vez mais competitivos, como por exemplo nanorobôs que estimulem nosso córtex para acelerar sua evolução, olhos com visão raio x e cérebros conectados em nuvem, sem a necessidade de qualquer interface para isto, naturalmente. Os mais otimistas cientistas dizem quem nos próximos 30 anos aumentaremos em 1 milhão de vezes nossa capacidade mental. Isto significa que seremos capazes de coisas que não é impossível imaginar sob o olhar humano em nosso nível de evolução.

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As transformações sociais neste contexto serão imensas, e pela primeira vez na história da sociedade não teremos tempo para nos adaptar. Já em 2023, as previsões são que no Brasil 50% da oferta de empregos seja reduzida, em um processo doloroso que excluirá milhares de pessoas. Neste contexto, já são discutidas soluções entre grandes pensadores soluções. Como a renda básica universal e outras soluções que façam com que a miséria não seja uma tragédia, como as fazendas verticais em cidades onde um container é capaz de produzir o equivalente em alimentação a um sítio de 05 alqueires, comida farta para alimentar gratuitamente a população. Moradias gratuitas onde pessoas trocam sua estadia pelo fornecimento de dados de seu dia a dia para abastecer bancos de dado que ensinem cada vez mais as máquinas como se humanizarem também são citadas.

Neste contexto, coisas boas acontecerão também. Hoje, já temos robôs capazes de dar sentenças com mais exatidão que juízes e em uma fração de tempo que os mesmos demoram. A biotecnologia será capaz de introduzir nanorobôs pela nossa corrente sanguínea capazes de perseguir células cancerosas e matá-las abrindo uma nova forma de buscar solução para doenças e as pessoas cada vez mais terão tempo para serem humanas, uma vez que todas as tarefas operacionais e repetitivas poderão ser realizadas por robôs de forma melhor e mais econômica. Seres humanos terão como função profissional principal a solução de problemas complexos e atividades que sejam inerentemente humanas, como aquelas relacionadas às emoções, ao menos até isto ser possível de ser transferido para as máquinas, o que deve ocorrer dentro dos 30 próximos anos.

Já no cenário atual, vemos uma completa revolução de como as coisas são feitas. No seu GPS há um robô que lhe indica o melhor caminho, constantemente atualizando as coordenadas e aprendendo continuamente com a experiência de todos os usuários. Isto já é Inteligência Artificial.

Também, vivemos uma era de colaboração trazida pelo advento e democratização da tecnologia que está transformando o mundo. Hoje, a maior empresa de hospedagem do mundo, o Airbnb, não tem um edifício próprio, o Uber, a maior empresa de transporte do mundo não tem um carro sequer em sua frota, e assim sucessivamente a indústria dos serviços colaborativos vai amadurecendo e transformando a economia.

Esta perspectiva atingirá todos os setores da economia e cada vez mais barreiras sumirão e os serviços estarão próximos e acessíveis a todos, seja como consumidor, seja como prestador. Os mecanismos regulatórios vão se tornando cada vez mais anacrônicos e uma ordem natural meritocrata emerge cada vez mais. Exemplo disto é a impossibilidade dos governos em cobrar tributos e impedir o funcionamento do Uber no Brasil e no mundo. A acessibilidade tecnológica e a possibilidade de uma criança criar tecnologias ou utilizar delas pra criar negócios cada vez mais tenderão a levar as coisas na direção da gratuidade através da concorrência massiva. Basta alguém criar um novo modelo de ordem tecnológica para grandes mercados tradicionais entrarem em colapso. E aí, você está preparado?

*CEO HowZ, empreendedor em série, designer de negócios com experiências em mais de 150 pequenas e médias empresas, Co-fundador do Grupo Solve, Colunista do Poços Já, palestrante e professor do programa Impulso FGV.