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A vida segue com seus altos e baixos, como verdadeiramente precisa ser para nossa evolução. Nem tudo sempre bom, nem tudo sempre ruim. Isso gera o equilíbrio que precisamos e, dentro desse preceito, é prudente não sermos totalitários em nossas atitudes. Ninguém é só amor ou só ira o tempo todo. Falamos coisas sérias, mas falamos bobagens e besteiras também. E rimos e choramos e tensionamos e relaxamos. Concordamos sobre o discurso contundente, mas divergimos do resultado do reality show. E daí?  Ainda bem que temos essa malemolência, senão, seríamos insuportáveis! Somos seres que rebolam!

Claro, que com nossa maneira de ser, vamos atrair (em tese) os semelhantes, que comungam de nossas visões e posicionamentos, mas nada nos impede de termos boas almas ao nosso lado e estarmos também ao lado, como boas almas, ainda que divergentes. Longe de mim a  patente da verdade conclusiva, mas… que ela também não esteja com ninguém assentado à mesma mesa.

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Em dias de alta voltagem como os que estamos atravessando, precisamos de boas doses de serenidade, sensatez e clareza para entender que a nossa improdutiva agressividade vinda de uma briga, que nem é nossa, só nos encherá de band-aids e esparadrapos, tapando as nossas tatuagens do bem. Em suma: não faz sentido a gente preferir entornar a nossa boa energia nesses ralos da intransigência. Eles podem entupir e o retorno será dentro dos nossos próprios cômodos.

Estamos e estaremos em reformas constantes. Muitos valores eram incontestáveis em nossa adolescência, hoje habitam apenas um lado saudoso de nosso coração e assim será quando daqui a 30 anos estivermos lembrando de nossas birras de agora. Como canta o compositor Walter Franco em uma de suas músicas, “…tudo é uma questão de manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo”.
Não dá para recepcionarmos a primavera (e o entendimento de primavera é de cada um) plantando desertos particulares.

*Pedro Bertozzi é radialista, apresentador de TV e músico