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CIÇA | Pré-candidata quer ver mais mulheres engajadas na política

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Ciça está no segundo mandato como vereadora em Poços (fotos: Juliano Borges/Poços Já)

A pré-candidata a deputada federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Maria Cecília Figueiredo Opípari, a Ciça, como é mais conhecida, está no segundo mandato como vereadora em Poços de Caldas. Militante de esquerda e defensora de causas sociais, acredita que Poços precisa de uma representante mulher na Câmara dos Deputados.

Ela afirma que é fundamental defender os direitos dos trabalhadores e das pessoas e a participação popular na política. Confira mais uma entrevista da série com os pré-candidatos realizada pelo Poços Já Política:

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Poços Já Política: Por que se candidatar a deputada?

Maria Cecília: Nessa última eleição nós tivemos candidatos a deputados, mas não tivemos deputados eleitos e inclusive nós temos dentro do projeto do Partido dos Trabalhadores um movimento chamado “Elas por elas”, que nós queremos colocar mais mulheres na política. Precisamos ter mulheres representando as mulheres para fazer a legislação específica para as mulheres. Nós deixamos muito a cargo dos homens legislarem por nós, mulheres, então nós precisamos começar a mostrar que precisamos ter mulheres na frente de todos os cargos, mas também principalmente em cargo político. Então, no intuito de ter sido a vereadora mais votada do Partido dos Trabalhadores, entendendo que Poços de Caldas precisa cada vez mais de um representante e por ser mulher.

PJP: Você se considera de direita, de esquerda ou centro?

MC: Eu me considero de esquerda. Eu sou uma socialista, eu acredito que as políticas públicas voltadas para a questão mais social sempre são de partidos intitulados de esquerda. Ultimamente no Brasil a gente perde muito essa questão de encarar direita-esquerda, centro-esquerda, porque existe uma miscelânea de partidos, existem partidos que são usados de fachada para eleger deputados ou fazer coligações, na esfera federal, na esfera estadual e até mesmo na esfera municipal, que são partidos usados. Eu sou uma socióloga de formação, eu acredito que a minha linha é mais a esquerda pela questão de participação popular, uma questão mais de igualdade social, de defender os direitos das pessoas, que é a parte que eu mais me considero.

PJP: Quais as suas principais bandeiras?

MC: É importante deixar claro como é que funciona, o que é a função primordial do deputado federal, que é mais ou menos a mesma do vereador, fiscalizar, propor leis, solicitar ações em relação à políticas públicas, então não tem uma bandeira específica. Logicamente que, enquanto mulher, eu vou começar a trabalhar a defesa e proteção das mulheres, a questão de lutar por mais direitos das mulheres, pelas crianças, que a gente vê que tem muitas dificuldades, mas existem muitas leis dentro da câmara federal que estão paradas e precisam ter mais agilidade. Eu acho que a função do deputado federal é muito importante, é primordial que os deputados analisem as legislações que existem na esfera federal e as aprimorem cada vez mais. Então a minha bandeira é defender os direitos das pessoas.

PJP: Como conciliar os interesses do partido e dos seus eleitores?

MC: Acho que é importante deixar claro que interesses do partido têm que ser interesses da população. O Partido dos Trabalhadores tem lutado pela defesa dos direitos das pessoas, quanto aos retrocessos que nós estamos vendo aqui, retirada de direitos dos trabalhadores, as perdas que nós estamos tendo, a venda do nosso país, exploração cada vez mais por outros países no Brasil, a entrada de estrangeiros tentando interferir, comprando as nossas empresas. Eu acho que a gente tem que lutar cada vez mais para que a gente possa ter autonomia enquanto governo, enquanto Brasil. Então, meu intuito é lutar cada vez mais, o interesse do partido tem que ser o interesse da população, então isso não pode ser diferente.

PJP: O que é mais importante para você: legislar ou captar emendas parlamentares?

MC: Eu acho que a importância do deputado federal para uma região é fundamental, porque a gente elege pela região, mas elege pelo estado inteiro. O que é importante é fazer políticas públicas iguais, a gente tem que trabalhar na horizontal, a gente não pode pensar que eu posso trazer só emendas parlamentares para uma cidade, mas pensar que as outras cidades serão tão importantes. Existem cidades tão pequenas que às vezes elas dependem da emenda parlamentar, a gente tem que começar a trabalhar, a estimular essas prefeituras, a estimular esses municípios a buscar os recursos. Existem opções cada vez mais nos ministérios de como captar os recursos, então a gente tinha que começar a instruir os municípios, os prefeitos, para eles buscarem os recursos, para não ficar à mercê de um deputado, porque Poços de Caldas não tem deputado, então nós vamos conseguir emenda parlamentar de onde? Aí fica à mercê, a gente tem que ficar esperando deputado vir. A gente tem que capacitar esses municípios, e eu acho que a importância do deputado é legislar e fiscalizar para acabar com a corrupção.

Ciça defende maior representatividade feminina na Câmara

PJP: Considerando as mudanças recentes, como a diminuição no tempo de campanha, qual sua estratégia para alcançar o maior número de eleitores e municípios?

MC:  Na verdade isso já aconteceu na outra legislatura, mas na esfera municipal, então a gente já tem mais ou menos uma ideia. Eu vou abranger algumas cidades aqui da região, até porque eu acho que a gente tem que lutar muito para que possamos ter um trabalho muito mais forte em Poços de Caldas. Eu nasci e sou criada aqui, sou vereadora pelo segundo mandato, acho que é muito importante as pessoas entenderem que, Poços de Caldas, elegendo uma pessoa daqui, a gente tem capacidade. Então, eu tenho trabalhado assim, como pré-candidata em algumas cidades fazendo trabalho na região. Estive em Belo Horizonte fazendo um trabalho ali, junto com as nossas assessorias, para que a gente possa fazer uma pré-campanha bem organizada, mas é uma região muito pequena que eu vou trabalhar aqui.

PJP: Poços passou os últimos anos sem representantes, inclusive devido ao número de candidatos nas últimas eleições. Você estaria disposta a se unir a algum candidato, ou abdicar de sua candidatura, pelo bem da cidade?

MC: Na realidade eu não vou fazer isso porque os dois candidatos que nós temos aqui ao cargo federal não fazem parte em nenhum momento do meu pensamento político, eles são totalmente contrários. Inclusive, um dos pré-candidatos é da base golpista que mantém esse governo ilegítimo que tirou o direito dos trabalhadores. Então não teria nenhuma possibilidade de eu abrir mão da minha candidatura em prol de um candidato que defende o retrocesso de políticas públicas, que defende a retirada dos direitos dos trabalhadores.

PJP: Qual o seu posicionamento sobre a reforma política?

MC: É muito importante, é necessária, de extrema urgência fazer uma reforma política, mas não uma reforma política que se faz em véspera de eleição, para fazer uma média e continuar elegendo deputados que sempre estão no poder. Nós precisamos fazer uma reforma política que realmente seja estrutural, que a gente possa entender que os partidos têm que ter autonomia, mas partidos que são usados de fachada não podem permanecer, porque cada vez mais a gente limita, abre para as pessoas a terem partidos de aluguel para entrar na disputa eleitoral, no momento eleitoral, para usar o tempo de TV, tudo isso.

Esse ano teve uma reforma muito pequena, mas a gente tem que lutar muito porque investimentos não podem ser feitos mais por empresas para candidatos, a gente tem que ficar de olho, mas a gente também tem que começar a cobrar cada vez mais transparência nos atos. Esse ano também vão ser publicadas cada vez mais rápidas as prestações de contas, praticamente online. As pessoas vão conseguir acompanhar para que não tenha corrupção na eleição, que a gente sabe que sempre tem, caixa dois, mas que eu nunca usei. Eu sempre combati, porque as pessoas têm que entender, têm que ter mais transparência nos atos.

E a reforma política precisa ser feita por quê? Porque nós precisamos ter pessoas que realmente representam. Como que a gente faz uma reforma política não dando espaço para as pessoas poderem representar? Qual o pé de igualdade com a pessoa que tem mais um mandato, que tem um apoio maior econômico de quem conseguem fazer uma doação pra sua campanha. E aquelas outras pessoas que não têm essa quantidade e essa condição? Hoje nós temos uma dificuldade com as mulheres para entrar na política, a cota é 30% e agora as mulheres conseguiram pela justiça, que tenha 30% do fundo partilhado para as mulheres. Então a gente está começando a buscar algumas oportunidades para que as mulheres possam realmente entrar no campo da política.

Pré-candidata afirma que é preciso instruir os prefeitos para que não dependam dos recursos de emendas parlamentares

PJP: Em um momento da sua carreira política você se aliou a opositores, no caso a família Navarro, e em seguida voltou ao PT. Por que essas mudanças aconteceram?

MC: Na realidade eu não me aliei ao grupo de oposição. Prestei serviço enquanto socióloga, porque eu sou formada em ciências sociais pela Feob, então eu fui chamada pela Tereza (Navarro) para fazer a coordenação de campanha dela. Em nenhum momento fui filiada ao PSDB, ao Democratas, ao PR, que é o partido da oposição, do grupo de oposição que eu faço agora. Sempre fui filiada ao PSB e agora estou filiada ao PT porque eu já tinha sido coligada com o PT. Eu prestei uma assessoria e para mim foi uma fase muito importante, o respeito que eu tenho pela Tereza, pelo Sebastião Navarro, seu ‘Sebastião de Aparecido’, que eu chamava carinhosamente de coronel.

Eu aprendi muito com ele, eu acho que é importante a gente ter pessoas assim na política. A gente tem que entender que na política a gente não pode ter inimigos, a gente tem adversários políticos, a gente tem pessoas com divergência de pensamento, mas inimigos eu acredito que eu não tenha, a não ser que alguém me considere uma inimiga, né? Mas eu acredito que é importante, foi um aprendizado muito grande, mas não me aliei a eles no sentido de participar do governo deles ou filiar ao partido deles. Eu prestei assessoria e para mim foi muito importante nesse momento.

Eu acho que é importante a gente deixar claro que a política sempre tem esses pensamentos de que ‘ah, porque eu sou de um lado eu não posso conversar com a pessoa do outro lado’. Eu acho que é o contrário, a gente tem que ter um elo de amizade e pensar que a cidade pode ganhar com isso. Eu acreditava na campanha da Tereza, eu achava que a Tereza era uma candidata muito importante, uma mulher na política para representar Poços de Caldas. Naquele momento Poços não tinha, por isso que eu aceitei trabalhar com a Tereza.

PJP: Qual a sua estratégia no que diz respeito a escândalos recentes envolvendo grandes nomes do partido, como Lula e Pimentel, além da ex-presidente Dilma no caso do impeachment, para que esses não prejudiquem sua campanha?

MC: Na realidade eu tenho muito orgulho de dizer que eu sou candidata a deputada federal e que vou apoiar a Dilma ao senado e também vou apoiar o Lula como presidente da república, que são os pré-candidatos que nós já temos acompanhado o processo. Quanto à Dilma é importante deixar claro que a Dilma não sofreu impeachment por nenhum desvio de dinheiro por corrupção, mas sim porque eles tinham entendido que ela tinha cometido pedalada fiscal, que também foi cometida pelo senhor Anastasia, enquanto governador de Minas. E foi provado que a Dilma não teve pedaladas fiscais, saiu um relatório semana passada. A gente entende que a cassação da presidenta Dilma foi por conta de nós termos um congresso machista. Eles não aceitavam que uma mulher pudesse falar para eles que ela não ia aceitar que um congresso interferisse no Brasil, tanto que a gente consegue demonstrar que hoje em dia o que que está acontecendo no nosso país são esses retrocessos, a compra de votos para não investigar o presidente. Nós, enquanto Partido dos Trabalhadores, e eu, consideramos que o presidente Lula não é um preso porque cometeu corrupção, porque até agora não conseguiu se comprovar nada, até não comprovou que tem mala de dinheiro dentro da casa dele, e foi comprovado que tinha mala de dinheiro, valores altíssimos, inclusive do senhor Aécio Neves, de dois milhões de reais e não se investiga. O presidente Lula a gente considera que é um preso político. Eu não vou esconder isso, eu tenho muito orgulho de pedir voto pra ele e pra Dilma.



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