Um avanço para a causa animal. Pelo menos é o que se espera com a aprovação do projeto de lei que institui no calendário o oficial do município o Junho Verde, mês da reflexão sobre o abandono de animais em Poços de Caldas. De autoria do vereador Paulo Eustáquio (PMDB),o projeto foi aprovado por unanimidade pela Casa na sessão ordinária da última terça-feira (10) e agora segue para sanção do prefeito Sérgio Azevedo.
O objetivo do Junho Verde é conscientizar a população de que o abandono de animais é crime, além de ser ato cruel que pode condenar o animal abandonado à morte. Além disso, dando maior visibilidade ao tema, será possível incentivar a posse responsável por meio do emprego de recursos visuais de impacto. O autor do projeto também acredita que a lei vai contribuir para a melhoria dos indicadores relativos ao abandono de animais na cidade, além de ampliar o nível de resolução das ações direcionadas ao tema, com ações integradas envolvendo a população, órgãos públicos e organizações que atuam na área.
“É mais para termos no calendário essa orientação para os proprietários de animais, porque é muito preocupante essa questão e no nosso município tem acontecido demais, inclusive por parte de outros municípios que soltam animais na cidade. E tendo orientação por parte do Executivo, através de campanhas educativas, acredito que isso possa diminuir para que isso não aconteça mais aqui na cidade. Não podemos conviver mais com abandono de animais, por isso eu resolvi propor esse projeto”, destaca Paulo Eustáquio.
Causa animal
O abandono de animais ainda é assunto preocupante no município. Quase que diariamente é possível ver, principalmente em grupos nas redes sociais, algum novo caso de abandono ou maus-tratos. Por isso, para os defensores da causa, iniciativas que partem do poder público são vistas com bons olhos, mas é preciso continuar avançando.
A psicóloga Ana Cristina Steigleder é membro da diretoria do grupo Movimento nas Patinhas e está na causa há seis anos. Ela acredita que a educação é fundamental para a conscientização. “O mais interessante é começar na escola, sendo os alunos multiplicadores de informação. Porém, campanhas também são bem-vindas. A partir do momento que a sociedade toma conhecimento já é um bom caminho andado para entender o que são maus-tratos e coibi-los”, comenta.
Ana Cristina reforça que um dos problemas de ações das administrações é a lentidão. Ela afirma que políticas públicas para os animais são quase zero em Poços, mas anima-se com o projeto aprovado. “A Câmara precisa ser um eco das proposições da causa animal, pois as ações ativistas pelos direitos deles têm crescido. As administrações podem implementar políticas públicas que permitam o fim dos maus-tratos animais, assim como fazer valer leis e multas. Fiscalização também é importante, além de conhecer a lei estadual que tipifica maus-tratos. É essencial atuar junto com os protetores, dando condições para que eles possam realizar um trabalho mais amplo e com condições de acolhimento dos animais. O poder público precisa direcionar esforços e recursos para implementos, como um Ambulatório Animal ou quem sabe um hospital veterinário, ampliar o programa de castração, ampliar o Abrigo Municipal, construir um gatil por lá, efetivar a reforma do CCZ. Enfim, o que a causa animal necessita é que deem atenção a ela, a coloque nas pautas de recursos e projetos” finaliza.
