As obras de recapeamento da BR-146, no trecho urbano que compreende a avenida Vereador Edmundo Cardillo, vinha sendo alvo de questionamentos por parte da população poços-caldense antes mesmo do registro de um acidente com vítima fatal nesta quarta-feira (18), que reforçou o clamor. A Secretaria de Defesa Social já havia solicitado a instalação de um redutor de velocidade no trecho e o vereador Pedro Magalhães (PSDB) já estava em busca de informações para evitar a ocorrência de acidentes. Em resposta ao secretário, o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DEER) informou que a instalação do dispositivo depende de estudo e que no local não há históricos de acidente.
Segundo o secretário Marcos Sansão, foi encaminhado um ofício ao órgão estadual, que teve o trecho delegado pela União, solicitando a implantação de um redutor na avenida, na altura do número 56, próximo de um campo de society e de um posto de combustíveis. “A resposta que tivemos foi de que eles não vão colocar os redutores, podem até colocar aquelas faixas transversais de sonorização, mas redutor não”, esclarece.
Na resposta ao secretário o chefe regional do DEER, Fernando Antonio Carneiro Ferreira, explica que um dos redutores solicitados em 27 de setembro não será colocado em razão de uma determinação do Conselho de Trânsito (Contran) que estabelece padrões e critérios para a instalação de ondulações transversais e sonorizadores nas vias públicas. Ele usa um artigo da Resolução 39/98 para explicar. No artigo a redação diz que “a implantação de ondulações transversais e sonorizadores dependerá de autorização expressa da autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via, só podendo ser colocadas após estudos de outras alternativas de engenharia de tráfego, quando essas alternativas se mostrarem ineficazes para a redução da velocidade e acidentes”.
Ferreira salientou ainda que a rodovia não possui histórico de acidentes no trecho solicitado, mas que iria fazer o acompanhamento e caso se mostre necessário iniciaria um estudo para a implantação de um radar.
Em outro ofício o secretário pediu a colocação de radares, mas ainda não obteve resposta oficial. Apenas uma indicação, por telefone, de que poderiam ser implantados.
Legislativo
A preocupação também chegou ao Legislativo. O vereador Pedro Magalhães aprovou, na última terça-feira (17), um pedido de informações sobre segurança na avenida Alcoa após a execução de obras do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT).
“Na avenida Alcoa estão sendo realizadas importantes obras pelo DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. As intervenções vêm trazendo melhorias significativas e de extrema importância, tendo em vista a manutenção e conservação da via, que é a principal ligação da região central com a região sul, onde trafegam milhares de pessoas diariamente. Entretanto, com a realização desta obra, diversos redutores de velocidade foram retirados da avenida Alcoa e os veículos voltaram a trafegar em alta velocidade”, esclarece.
O vereador ainda pontua que algumas sinalizações foram apagadas e que os acidentes já são uma realidade preocupante. Ele está questionando o Executivo de quem será a responsabilidade de adotar medidas de redução de velocidade no local e se o município está atento a essas questões, realizando contato com os responsáveis.
“Existem vários redutores retirados, dificultando principalmente a travessia de pedestres na porta de hospitais, estudantes e da população daquela região. Um dos redutores foi mantido, mas está sem sinalização, quem passa e não conhece o local leva um susto. Precisamos de segurança na rodovia, antes que ela passe a ser conhecida como BR da morte”, disse o vereador um dia antes do acidente fatal.
