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O mundo vai acabar depois de amanhã ao meio-dia

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Meus pais eram donos de um bar e sempre aparecia por lá um sujeito que fazia essa afirmação quando se embebedava. Ele gritava a plenos pulmões que o mundo ia mesmo acabar em breve, com dia e hora marcados: depois de amanhã, exatamente ao meio-dia. E a primeira vez que ouvi essa declaração eu devia ter uns dez anos de idade. Confesso que essa história me deixava um pouco assustado na época.

Eram tempos da Guerra Fria e a ameaça nuclear pairava sobre nossos destinos. Esse período iniciou-se logo depois da segunda guerra mundial, em 1947, e terminou com o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (CCCP) em 1991. Estados Unidos e União Soviética, atual Rússia, disputavam a liderança mundial ameaçando um ao outro com seus imensos arsenais nucleares e, por conseguinte, o restante da população mundial.

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Depois de algum tempo ouvindo o sujeito pinguço profetizar o fim do mundo e nada acontecer, comecei a desconfiar que ele era um falso profeta. E um verdadeiro cachaceiro.  Ainda bem! Prestando atenção nas suas ações acabei percebendo que ele era, na realidade, um espécie de “showman”. Fazia pequenas mágicas com as mãos e desafiava os demais presentes com adivinhações.

Quando chegava, os outros frequentadores se juntavam em volta dele para ouvir melhor suas argumentações. Sempre tinha alguém para lhe pagar um trago. Era um sucesso só! O mundo não acabou, apesar das suas previsões e das muitas ameaças veladas entre os dirigentes de União Soviética e Estados Unidos. Ambos inflaram seus arsenais nucleares com milhares desses artefatos, os quais seriam capazes de destruir o mundo várias vezes. Mas depois a guerra fria esquentou e os dois poderosos reconheceram que uma guerra atômica acabaria com a civilização humana sobre o planeta Terra.

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E agora, vinte e seis anos após o fim da Guerra Fria, uma nova ameaça nuclear paira sobre nós. Um bosta de um paisinho, pobre, pobre, pobre, de marré deci, localizado na Ásia, cismou de fabricar bombas atômicas pra jogar nos Estados Unidos. Ou no Japão ou em outro inimigo qualquer das proximidades. E, por conseguinte, correr o risco de destruir a civilização humana sobre a Terra com os desdobramentos dessa insanidade.

Se levarmos em conta que os Estados Unidos jogaram duas bombas atômicas sobre o Japão na Segunda Guerra Mundial, é certo que a Ásia tem o direito de jogar pelo menos duas bombas do mesmo tipo sobre a América. Isso só pra empatar em dois a dois. Assim ficariam quites. Mas os Estados Unidos acham que não. Acham que só eles podem ter as bombas para ameaçar o resto do mundo.

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Enquanto isso a gente fica aqui na torcida. Tem hora que eu torço para a Coréia dar um susto nos americanos, jogando uma bombinha em cima do Trump – embora eu ache que o Kim está blefando, por enquanto. Tem hora que eu torço para acabarem com aquele ditador, Kim Jong-Un, que gasta dinheiro com bombas e deixa seu povo na pobreza. Tem hora que eu torço para que se acabem ambos. Algumas bombas enviadas lá pra Coréia, outras bombas lançadas para a América e pronto! Tenho certeza que o mundo seria bem melhor sem gente assim.

Embora as consequências sejam imprevisíveis, talvez seja a hora de um conflito nuclear para alertar o mundo sobre o poder de destruição desses artefatos que nem se comparam com aquelas jogadas sobre o japoneses em 1945. Hoje são muito mais destrutivas. Quem sabe assim o restante do mundo, os países que não dispõe de tais artefatos, se unam contra as influentes nações nucleares.

Cada vez mais tenho certeza de que os seres humanos poderosos não desejam viver no planeta Terra. São várias e claras as evidências dessa constatação. Há tempos que procuram outros planetas habitáveis com o intuito de, algum dia, poder fugir pra lá quando o atual entrar em colapso, de forma natural ou induzida. Outro fato é a construção de artefatos nucleares por países periféricos, dominados por regimes totalitários, como Coréia do Norte e Irã. Além de outros que são inimigos notórios, como Índia e Paquistão. E que, a qualquer momento, podem iniciar uma guerra nuclear.

Contrariando minhas convicções, pode ser que aquela profecia do cachaceiro lá do início venha a ser validada, num futuro próximo e terrível. O “depois de amanhã” pode estar chegando, com uma guerra nuclear iniciada por dois energúmenos, leia-se Trump e Kim Jong-Un, cada um de um lado do planeta e louco tão somente por poder e fama. Um crepúsculo tenebroso e cada vez mais presumível para a vida na Terra.

*José Nário é escritor, engenheiro florestal, especialista em Informática na Educação, Gestão Ambiental e Educação Inclusiva e autor dos livros “Lelezinho, o pintinho que ciscava pra frente e andava pra trás”, “Lelezinho vai à escola” e “Minha janela para o nascente”.

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