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20.8 C
Poços de Caldas

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Um URBANO MAIS HUMANO: O LARGO da CURA e as FRATURAS preciosas!

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A cidade de Poços de Caldas possui um relevante acervo patrimonial e cultural que precisa ser valorizado e reconhecido no seu conjunto e nas suas particularidades.

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A cidade é um exemplo do desenvolvimento urbano do interior mineiro e divisa com o estado paulista, impulsionado desde suas origens pelo bem mais precioso: a ÁGUA TERMAL SULFUROSA.

No século XIX, impulsionado, principalmente, pelas descobertas das propriedades químicas únicas que se diferenciavam pelo poder de cura das enfermidades mais diversas do corpo humano, tem o seu desenvolvimento econômico e social distinto das cidades brasileiras no final do império e na nascente república.

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Poços brilha por seu dinamismo social que a república tanto aprecia e aposta em suas representações mundanas.

Nada do tradicional espaço sagrado se revelou por esse planalto de solo rico e de rochas fraturadas que nos concede o aflorar em jorros quentes, suas águas com cheiro de enxofre.

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Sim, o lugar antes chamado “os poços das Caldas”, tem em seu largo o espaço da cura onde a cidade nasce.

E nasce não pela praça da Igreja, ou ao redor do cruzeiro.

Nasce pela água borbulhante da lama que se esparrama pelo planalto da Serra de São Domingos.

O largo nada tem de sagrado como nas cidades tradicionais mineiras, com suas lindas e preciosas joias barrocas.

Nasce pela cura do corpo, nasce em meio à diversão nos bailes dos hotéis, onde hoteleiros visionários como o Barão do Campo Místico, o querido Nhonhô, que viu no acompanhante a saída econômica para a sobrevivência do seu negócio.

Nasce pelo desafio do jogo que traz com ele o dinheiro e o glamour das festas, joias e belos tecidos, numa modelagem que daria todo suporte aos escritos de Baudelaire para os amigos e affairs do seu flanner!

Poços tem, em seu largo principal, o espaço mundano, deixando de lado a joia sagrada recuada em sua via adjacente, hoje rua São Paulo, a Igreja de Santo Antônio, aberta às terças feiras nos traz pessoas, silenciosas, ajoelhadas em devoção.

Antes Matriz do Bom Jesus da Cana Verde, ao lado da residência do nosso querido e especial médico, Dr. Pedro Sanches de Lemos, a quem devemos sinceros reconhecimento e homenagens, pois se não fosse tamanho conhecimento da crenoterapia [ciência que estuda o poder da cura pela água], hoje nada seriamos como cidade ou como pessoas amantes deste singular espaço entre serras na montanha.

Então somente nos resta ver os espaços que nos originaram e entender a fundo como podemos preservar nossa vida nos reconhecendo pelo lugar que nos deu a possibilidade de nos desenvolver como sociedade.

 Então um convite a uma viagem às esferas mundanas para o deleite urbano da nossa querida Poços de Caldas, segue:

 O Largo do Senador Godoy, preciso e mundano.

 


Fonte: Site Memórias de Poços, de Rubens Caruzo.
O Largo Senador Godoy com o primeiro Balneário, Termas Pedro Botelho, de 1882 inaugurado em 1886. Mostra também o passadiço de madeira que liga o balneário ao hotel da Empreza e a Caixa dágua onde se faz a captação das águas termais na nascente onde hoje se encontra a fonte do Leaozinho, ao lado das Termas Antonio Carlos.

 A Matriz de Bom Jesus da Cana Verde, hoje Igreja de Santo Antônio e a residência do Dr. Pedro Sanches de Lemos na atual Rua São Paulo.

 Nossos solos fraturados que nos deram de presente monumentos arquitetônicos e paisagísticos celebrando o que temos de mais precioso e hoje RELEGADO AO ESQUECIMENTO: nossa ÁGUA TERMAL SULFUROSA.

 Esse rico período de acontecimentos históricos, arquitetônicos e urbanísticos, [principalmente], que marcaram a nova face da cultura e da sociedade da Estância Hidrotermal de Poços de Caldas da virada para o século XX.

Tais acontecimentos puderam ser formalizados num conjunto de sucessivas ações modernizadoras sobre a cidade, incrementando a vida urbana e colaborando para a definição do conteúdo patrimonial de Poços de Caldas, ainda perceptível nos dias atuais, mas infelizmente sendo demolido e perdido no significado e em seu conjunto imagético!!!

 Segundo Jacques Le Goff, os atos de modernização podem distinguir-se pela manutenção do antigo, pela sua destruição ou pela conciliação do antigo com o novo. (GOFF, 1996)

No caso de Poços de Caldas, temos duas condições distintas: se pelo lado urbanístico, o desenvolvimento da cidade apoiou-se nos marcos definidos pela AGUA, pelo lado arquitetônico, houve tanto expressões de celebração ao elemento natural, água, quanto em relação aos novos costumes impostos pela sociedade que se forma em vilegiatura [temporada de permanência dos aquistas em estações de cura], e que estavam representados pela arquitetura dos hotéis, Chalés e Obras Públicas.

Mas temos hoje a simples destruição, sem que saibamos a importância social, política, religiosa ou cultural, ou tudo ´isso junto e misturado´ como dizemos hoje em dia no sentido mais popular da expressão.

Um URBANO MAIS HUMANO deve iniciar pelo reconhecimento de suas origens e de sua essência!

*Adriane Matthes é arquiteta e urbanista – mestre e doutoranda em urbanismo  pela PUC Campinas; professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC Minas campus Poços de Caldas.

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