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Furtos e roubos, novos produtos de exportação

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No último dia 13 de Julho, a polícia da cidade de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, divulgou imagens de uma ação que seria o enfrentamento de um assalto a uma joalheria, no qual morreram cinco pessoas. Três criminosos, um refém e um policial. Além dos mortos, dez pessoas ficaram feridas a tiros e dois assaltantes foram presos.

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Segundo a polícia, o assalto seria uma ação promovida por uma facção criminosa brasileira, o Primeiro Comando da Capital (PCC). De acordo com as declarações das autoridades bolivianas, esta é a terceira vez que o grupo age no país, embora não tenha fornecido detalhes das ocorrências anteriores.

Na madrugada do dia 24 de Abril passado, uma quadrilha explodiu e invadiu uma transportadora de valores no município de Ciudad del Este, no Paraguai, roubando 40 mil dólares, equivalentes a mais de 120 milhões de reais. A ação também foi debitada à mesma organização criminosa brasileira, o PCC. Ninguém foi ferido durante a ação, mas na perseguição aos criminosos dentro do território paraguaio um policial e três assaltantes foram mortos.

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Antes dessas ações violentas do mais famoso grupo do crime organizado do país, tivemos as atividades ilícitas das construtoras corruptas, investigadas na Operação Lava Jato da Polícia Federal, junto a membros dos governos de várias nações sul americanas e africanas. Não são ações violentas mas também são crimes graves, envolvendo vários milhões de reais, valores certamente bem maiores do que aquele roubado pela quadrilha que agiu no Paraguai.

Observamos, com alguma surpresa e bastante indignação, que o nosso país está oferecendo aos parceiros comerciais mais próximos esses novos produtos de exportação: a corrupção e o roubo armado praticado por quadrilhas. Duas formas de crime organizado que assolam o território brasileiro e começam a extrapolar as fronteiras.

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Se bem que, com esses dois parceiros atingidos recentemente por ações do PCC, Paraguai e Bolívia, talvez seja uma troca justa. Nenhum dos dois é exemplo de retidão e organização, oferecendo facilidades para a atuação de contrabandistas, produtores e traficantes de drogas que agem nas fronteiras com o Brasil.

O Paraguai, usado como trampolim para o contrabando de todo tipo de quinquilharias oriundas da China, também abriga uma parte significativa do comércio de armas de guerra que são introduzidas no Brasil. Um dos maiores clientes desse tráfico de armamentos certamente é o PCC, que agora se espalha para aquele país.

A Bolívia, ao lado da Colômbia, sempre foi um dos maiores produtores de cocaína do mundo. Grande parte dessa produção se destina ao Brasil, que também funciona como rota de passagem para as drogas que se destinam à Europa e à África. E o PCC, pelo que se sabe, ainda comanda uma parte significativa do tráfico de drogas no Brasil, dividindo-o com outras organizações criminosas como o Comando Vermelho (CV).

Matutando aqui sobre a razão dessas ações nos países vizinhos, tirei algumas conclusões: pode ser que PCC tenha resolvido buscar de volta um pouco dos milhões que destina aos produtores bolivianos de cocaína; além, é claro, daqueles outros milhões pagos aos paraguaios pelas armas usadas no crime dentro do Brasil.

Com o dinheiro subtraído dos vizinhos, os criminosos brasileiros podem comprar mais armas e mais drogas dos mesmos contrabandistas e traficantes, alimentando continuamente esse comércio ilícito. Tenho que reconhecer que é uma boa solução. Em tempos de crise por aqui, com muita concorrência até nos crimes, assaltemos o país vizinho.

Devo lembrar que a maior parte de nossas exportações sempre foi de produtos primários como minérios e alimentos, sem qualquer tipo de processamento ou sofisticação. Já no campo criminal, temos atividades para todos os gostos: desde a mais elaborada corrupção no meio político até o roubo à mão armada com muitos mortos e feridos. E podem ser introduzidos com sucesso tanto nas pequenas cidades quanto nas grandes metrópoles.

Pelo que se vê, mesmo em tempos de crise aguda estamos ampliando satisfatoriamente o leque de produtos de exportação, oferecendo agora o crime organizado e a violência. Artigos genuinamente brasileiros e com muito valor agregado: corrupção, roubos, furtos e tiroteios. Todos de eficiência totalmente comprovada, testada nas mais diferentes situações dentro do território nacional.

José Nário é escritor, engenheiro florestal, especialista em Informática na Educação, Gestão Ambiental e Educação Inclusiva e autor dos livros “Lelezinho, o pintinho que ciscava pra frente e andava pra trás”, “Lelezinho vai à escola” e “Minha janela para o nascente”.

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