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Duvidâncias

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Com tantos neologismos rodopiando sobre nossas cabeças e visitando nossos ouvidos castigados insistentemente por tanta besteira, eu não resisti e acabei usando um deles neste texto: duvidância. Embora eu apenas imagine o que seria isso: talvez algo como uma ou mais dúvidas permanentes, que não dão sossego ao cérebro… Será que é isso? Sei lá… Vamos às leves lucubrações…

Engraçado… Quanto mais velho, mais incrédulo vou ficando. Faz tempo que não acredito em Papai Noel, é claro! Há décadas que não vejo duendes, já ando duvidando que existam. Fantasma eu só vi uma vez, acho pouco para acreditar que sejam de verdade. Outra vida? Não acredito, mas faz diferença acreditar ou não? Brasil no primeiro mundo, como nos prometiam desde o milagre econômico da ditadura? Quá, quá, quá, quá!

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O país deu um salto em desenvolvimento, tirou um grande contingente da pobreza absoluta, elevou outro tanto da população para os patamares meio indiscerníveis da classe média, andou saindo na porrada com a Inglaterra pelo posto de sexta economia do planeta em 2011 – perdeu! – e terminou os últimos anos com o pior nível de crescimento econômico dos tempos recentes. É hoje o nono PIB mundial e se afastou imensamente do chamado primeiro mundo.

A oposição ao governo anterior, que antes apontava os erros e agora se encontra co-pilotando a máquina governista, não mostra caminhos claros. Na verdade o governo atual aponta somente caminhos meio obscuros, sem muita certeza de nada. Indica inclusive que adotará remédios que combatia quando oposição. Por exemplo, o aumento dos impostos, que já são os mais altos do mundo.

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Assinala agora com mudanças na previdência social, alegando uma suposta falência do sistema. E também vai mexer nas relações de trabalho, com a reforma trabalhista, pregando a sua necessidade para inverter os vergonhosos índices de desemprego no país, que já atinge catorze milhões de pessoas. Será mesmo que teremos a volta dos empregos?

Ou será que, novamente, serão apenas tentativas desesperadas e fantasiosas de achar um caminho, sem pontos de ancoragem com a realidade? Ou será que têm unicamente a intenção de obter apoio e financiamento dos setores direitistas do país para as próximas eleições? Seja o que for, não creio que o país possa esperar por mais tentativas de mudanças e por mais embromações eleitoreiras.

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Precisamos de certezas imediatas. Mas, na verdade, ando duvidando que alguém possa dar jeito nesse nosso país tropical, abençoado por Deus e “buniiiiiito” por natureza. Embora toda essa beleza não seja suficiente para encobrir a feiura da corrupção que grassa por todos os setores da vida no país, principalmente nos meios políticos.

E essa “duvidância”, que dá título ao texto e é um neologismo usado nas conversas de redes sociais (para proclamar muitas outras coisas), vem do fato de que, apesar da ação da justiça, com a operação lava-jato e outras menores e menos badaladas, a punição e a exclusão definitiva dos políticos envolvidos está cada vez mais distante, provocando uma grande frustração no cidadão comum.

Por outro lado, devo ressaltar que o uso desse neologismo não lhe confere legitimidade, sendo apenas o fruto de um momento de fraqueza, usado aqui sob influência das bobagens que a gente ouve sem querer pelas ruas, contidas nas conversas, nas redes sociais e nas músicas que nos são impostas pela juventude atual.

Independentemente da forma de tentar expressar a presença de tantas dúvidas no nosso cotidiano, a única certeza que prevalece é que, no futuro imediato, um mundo de incertezas se descortina à nossa frente. E eu não vejo como isso possa fazer bem a todos nós, especialmente aos jovens que buscam seu caminho no meio dessas… “duvidâncias”.

*José Nário é escritor, engenheiro florestal, especialista em Informática na Educação, Gestão Ambiental e Educação Inclusiva e autor dos livros “Lelezinho, o pintinho que ciscava pra frente e andava pra trás”, “Lelezinho vai à escola” e “Minha janela para o nascente”.

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