- Publicidade -
17.3 C
Poços de Caldas

- Publicidade -

Tia, eu sou fêmeo!

- Publicidade -

Uma declaração absurda de um fracassado candidato a presidente da república nas últimas eleições causou imensa polêmica nos meios de comunicação. Levy Fidelix, candidato pelo PRTB, acabou condenado a pagar uma multa no valor de R$ 25.070,00 por “prática de discriminação homofóbica”, depois de declarar, entre outras coisas que “aparelho excretor não reproduz”.

O atabalhoado e mal informado candidato – ou seria mal intencionado, mesmo? – mostrou-se totalmente ignorante sobre o que se passa no mundo. Mas isso não é novidade. Muitos outros políticos, de renome nacional, o fazem cotidianamente e são aplaudidos por uma parte significativa da população.

- Publicidade -

A despeito dessas declarações altamente homofóbicas e discriminatórias, originadas dos políticos ou dos cidadãos comuns, as uniões civis homoafetivas oficiais aumentaram muito nos últimos anos no Brasil, a partir do momento em que foram reconhecidas como direito legal.

A declaração que dá título a este texto, “Tia, eu sou fêmeo!”, foi proferida por um garotinho frequentador de uma creche, numa pequena cidade da região. O garoto exige ser tratado como menina.

- Publicidade -

E apavorou as monitoras que não sabem o que fazer com tanto atrevimento e determinação. Segundo as cuidadoras infantis da entidade, o menino só se sente bem brincando com as garotas da mesma idade. Ele ainda não usa roupas de menina, porque os pais não permitem.

Mas, mais cedo ou mais tarde, certamente o fará. Isso traz à tona a questão da transexualidade, que carece de mais entendimento na atualidade. Nos dias atuais, em que a comunicação é extremamente rápida e volátil, as redes sociais fazem circular muito mais notícias do que os órgãos oficiais da imprensa. E essas redes sociais sempre trazem notícias de crianças transexuais que passam por constrangimentos em escolas, clubes e outras entidades.

- Publicidade -

Isso nos dá uma pequena ideia da complexidade da questão. Se até pouco tempo atrás a sociedade discutia a situação jurídica dos casais homossexuais, agora já se discute os direitos dos adultos e das crianças transexuais que, a princípio, não são consideradas dentro dos gêneros admitidos pela sociedade.

A sua existência gera atritos como, por exemplo, quanto ao uso de instalações sanitárias. Muitos casos são noticiados sobre meninos, travestidos de meninas, que querem utilizar os sanitários femininos. Ou vice-versa. Normalmente são proibidos de fazê-lo e suas tentativas até geram atritos graves, com agressões e ofensas.

Ações urgentes são necessárias para sanar esses focos de atritos, que serão vistos cada vez mais amiúde em escolas, clubes e outras repartições públicas. Assim como aconteceu com a questão da união homoafetiva, é preciso reconhecer como fato consumado a existência dos transexuais. Muitos deles desde a infância, com todas as dificuldades que isso possa trazer para a criança.

Se me perguntarem o que eu acho que tem que ser feito, direi que não faço a menor ideia. O fato narrado aqui, acontecido na creche da pequena cidade vizinha, chamou minha atenção e emocionou-me. Por isso me vi impelido a escrever sobre ele. Mas, definitivamente, não me atrevo a dar palpites nessa área.

Porém, tenho certeza absoluta, é imperioso que o assunto seja discutido, imediata e profundamente, pelas famílias, pelos educadores e pelas autoridades em geral. O que não pode é continuar como está, com o fato sendo negligenciado no cotidiano das pessoas, causando traumas irreversíveis nas vidas dessas crianças.

*José Nário é escritor, engenheiro florestal, especialista em Informática na Educação, Gestão Ambiental e Educação Inclusiva e autor dos livros “Lelezinho, o pintinho que ciscava pra frente e andava pra trás”, “Lelezinho vai à escola” e “Minha janela para o nascente”.

Veja também
- Publicidade -












Mais do Poços Já
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
Don`t copy text!