- Publicidade -
17.9 C
Poços de Caldas

- Publicidade -

Apenas questionamentos… Perguntar não ofende!

- Publicidade -

Sinceramente, não sei como começar esse artigo diante da riqueza de fatos que estão sendo jogados na cara dos eleitores. O volume de informações para alimentar e fundamentar o meu texto é tão vasto e de tal intensidade que estou confuso, indignado e humilhado como cidadão brasileiro.

O ministro Edson Fachin, do STF, liberou recentemente nomes de importantes figuras políticas estabelecidas em Brasília e em outros estados. São senadores, deputados, governadores, ministros, ex-presidentes da República e políticos que não mais fazem parte dessa classe indigna de representantes do povo nas deliberações voltadas para os destinos do Brasil.

- Publicidade -

Vou tentar ser conciso para não me tornar prolixo, colocando apenas questionamentos.

Mais de 1/3 dos senadores, incluindo o presidente do Senado, estão sendo apontados por irregularidades depois das denúncias feitas por Marcelo Odebrecth, dono de uma das mais importantes construtoras desse país. Quase 10% dos membros da Câmara Federal e mais de 16 partidos estão envolvidos nessa grande “maracutaia”.

- Publicidade -

Dezenas de deputados, incluindo também o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (que vem a ser genro de Moreira Franco – também indiciado – que foi casado com a neta de Getúlio Vargas e filha do Almirante Amaral Peixoto, antigo interventor federal no Rio e ex-governador ), estão nesse rol. Estamos diante de uma belíssima fonte de pesquisa para os genealogistas. Quem é quem e casado com quem e filho de quem…São laços familiares que se perpetuam e se perduram por décadas nos postos chaves da nossa combalida República.

No Rio de Janeiro surge, agora,mais um grande escândalo. O ex-secretário de Cabral, Sergio Cortes, que deveria zelar pela saúde daquele povo, terá que justificar os R$ 300 milhões surrupiados, ao longo dos últimos dez anos, em conluio com um empresário responsável pela venda de equipamentos médicos de alta complexidade. Sejamos justos: parte desse dinheiro foi desviada para o ex-governador que já devolveu – a contragosto – outros R$ 250 milhões entre joias, barras de ouro e din-din depositado no exterior. Estamos falando em meio bilhão de reais e, certamente, isso é somente a ponta de um grande iceberg carioca submergido na quente e poluída Baía da Guanabara. Enquanto isso os professores e aposentados naquele estado ainda não receberam seus salários e proventos do mês de janeiro.

- Publicidade -

O que se questiona é como toda essa dinheirama investigada pela Operação Lava-Jato saiu do país e foi serenamente depositada em bancos na Europa, Caribe ou em outros paraísos fiscais sem que pudesse ser rastreada ou fiscalizada.  O que se questiona é o imenso patrimônio amealhado em tão pouco tempo por esses detentores de cargos de confiança, políticos e funcionários sem que essas elevadas importâncias tivessem sido cotejadas pela própria Receita Federal, tão eficiente e competente para fiscalizar o pobre contribuinte nas suas declarações anuais de renda e tão inoperante nesses casos.

Importante lembrar que todo esse grande “imbróglio” está sempre vinculado, na sua essência, ao processo eleitoral, com doações, em alguns casos, absurdamente elevadas e qualificadas como caixa 2 ou outra denominação qualquer. Quem milita nos bastidores da política sabe, e bem, como isso acontece e de que forma essas contribuições ocorrem. Mas a prudência exige, nesse momento, silêncio e cautela.

Continuo afirmando, e disso estou convicto, que a moralização de todo esse processo se inicia no município, onde o voto é efetivamente exercido. A semente das doações espúrias contamina todo o processo eleitoral e vicia os políticos. Sobretudo aqueles que almejam voos mais altos e com projetos políticos mais audaciosos. Os interesses são escamoteados. Eles existem e não transparecem à luz para os eleitores. Mas isso é uma longa história que não pode ser dita agora. O momento é para fazer apenas questionamentos e cabe ao leitor refletir. E dizer que o Collor caiu por causa de uma Fiat Elba… Só rindo… Apenas isso.

*Léo Bougeard nasceu no Rio de Janeiro e estudou Ciências Políticas na Europa em 1965. Formado em Direito, foi conselheiro para o comércio exterior da Bélgica por mais de dez anos, cidadão honorário de Poços de Caldas e ex-Secretário de Turismo. Escritor e editorialista (lbougeard@yahoo.com.br).

Veja também
- Publicidade -












Mais do Poços Já
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
Don`t copy text!