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Poços de Caldas

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‘Um Urbano mais Humano – VANGUARDA DO ATRASO: A água e o carvão’

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Hoje não consegui escrever como de costume. Um misto de paralisia e perplexidade tomou conta de mim.

E minha proposta é somente colocar aqui o que me deixa perplexa, a ponto de me paralisar.

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Este será diferente, não vou escrever um texto que reflete um princípio, ao contrário do que procuro colocar nas publicações, apresentando algumas soluções já executadas em outros lugares, ou talvez exemplos a serem seguidos e que disparem algo que seja uma possível ação de melhoria para onde vivemos e convivemos.

Mas hoje não consegui olhar para além, nem pensar em como reverter…

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Minha perplexidade me deixou atônita, imóvel, sem ação.

Somente depois passei a pensar em Marx. Sim, Karl Marx e seus textos e teorias sobre alienação como reflexo da modernidade e da comunicação de massa.

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Para Marx, alienação é um estado de perda de identidade individual ou coletiva, decorrente da perda total de autonomia, decisória, de ações e pensamentos. Para muitas pessoas, o próprio “eu”é roubado desde a infância, onde o usual é obedecer a regras e seguir tendências sem ao menos buscar entender o porquê de certas ações e escolhas… Simplesmente seguem modelos, ações, vestimentas, cabelos e atualmente barbas… Poucos param para pensar se realmente consideram os conceitos adotados pela grande massa adequados à sua vida, lugar, situação.

Segundo Nietzsche, em sua teoria do Espírito de Rebanho, o mal do século seria o fim da verdade e da individualidade. Pensar no “outro” e em seus sentimentos é algo quase inimaginável.  Há um presente e recorrente desaparecimento do humano. Simplesmente seguimos o “senso comum” e a “cultura de massa”.

Uma ausência total de opinião própria.

É, chegamos ao que Marx falava. Uma sociedade completamente alienada. Uma alienação a ponto de instaurarmos uma VANGUARDA DO ATRASO!

Sim, somos pioneiros no ESGOTAMENTO DA ÁGUA, puro atraso! E no caso de Poços, além de não reconhecermos a preciosidade de nossa água termal, ainda acabamos com grandes áreas de recarga do aquífero, de fontes de águas potáveis, acabamos com as matas ciliares e ainda queremos levar o ‘Sítio Cívico’ para fora da cidade, em áreas onde deveríamos preservar e não ocupar, áreas ambientalmente frágeis! Meu Deus, em grande licença poética e temporal, penso em Vitruvius, Platão, Heidegger, Filarete, Hipodamus, Gregos, Romanos… Grandes pensadores, filósofos e mestres, que nos deixaram como legado todos os ensinamentos, rituais de fundação de cidades e por consequência lugares geradores de identidade de um povo, e agora, conhecimentos jogadas ao ar, de forma volátil, descartada. Numa vanguarda do atraso e desmonte social, cívico, politico e pasmem, ambiental.

Mas e o CARVÃO? Escutar algo como “Meu governo está colocando um fim à guerra contra o carvão. Com esta ordem executiva, tomo um passo histórico para acabar com as restrições à energia americana, reverter a intrusão do governo e cancelar regulamentações que acabam com empregos”, disse Trump antes de assinar o documento (site Carta Capital, 27 de março de 2017).

E, em meio à perplexidade sobre a negação ao problema ambiental em um nível mundial, esse presidente de um país que se diz tão desenvolvido se mostra mais uma vez imediatista e egoísta. Um pais governado por pessoas que não olham quem virá e sequer quem está.

Novamente os Estados Unidos da América se mostram o mais legítimo exemplo do consumo desenfreado, do fast food, da vida sem parar e de uma alimentação cada dia mais artificializada, a natureza imitada e, quem recebe isso é o corpo humano, que responde por alergias, gorduras, dores… A cada dia mais distante da simplicidade complexa do corpo humano.

Triste Vanguarda do RETROCESSO, na simples ignorância das novas tecnologias para geração de energias limpas e mais baratas. Ao invés disso, o CARVÃO. “O novo chefe da EPA (Agência de Proteção Ambiental), Scott Pruitt, indicado por Trump, argumentou que, com o fim do Clean Power Plan, muitos postos de trabalho serão criados, e os americanos terão que pagar menos por eletricidade (site Carta Capital, 27 de março de 2017).

Atitude que segue desenfreada na contramão de um olhar humano ao dia a dia, do retorno à comida de verdade, da escolha simples do arroz com feijão brasileiro ao invés das barrinhas de cereais, processadas, com corantes, numa camuflagem da verdade sobre a comida, numa total alienação às origens, facilmente reconhecidas por nosso corpo.

Um assustador reconhecimento da VANGUARDA DO ARTIFICIAL, do distanciamento do humano pelo humano.

Uma Vanguarda?

* Adriane Matthes é arquiteta e urbanista, mestre e doutoranda em urbanismo pela PUC Campinas e professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC Minas, campus Poços de Caldas.

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