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Poços de Caldas

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O inferno é aqui

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Sinceramente, nem quando era criança eu levava a sério esse negócio de inferno e céu. Muito embora minha educação religiosa tenha sido recheada de reflexos do maniqueísmo clássico, esses dois conceitos eram muito suspeitos para ser verdade.

Por outro lado, desde aqueles longínquos e deliciosos tempos da infância que eu ouço pessoas afirmarem categoricamente que, na verdade, o inferno é aqui mesmo, no planeta Terra. Tal asseveração foi eternizada num ditado popular:” aqui se faz, aqui se paga”.

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E eu confesso: já me vejo na iminência de aceitá-lo na íntegra. Começo a achar que, realmente, o inferno é aqui. Um inferno em que as forças do bem e do mal duelam nas ruas pelas nossas almas torturadas. Boas e más influências nos desafiam continuamente, tentando nos levar para a sua equipe, da mesma forma que acontece naquele delicioso reality show musical infantil dos domingos globais.

É uma disputa ferrenha, mas acho que, há muito tempo e pesarosamente, o capeta está ganhando. E digo o porquê. Creio que a equipe dele já está bem maior do que a do outro lado. Afinal, as coisas consideradas divertidas e de perfil massificante são todas do coisa ruim. E diga que não é verdade! Olha só a música que o povo tá ouvindo! Só pode ser coisa do príncipe das trevas.

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O sertanejo universitário com seus cantores fanhosos e gritadores que cantam letras abestalhadas e machistas, estranhamente entoadas aos berros pelas fãs. O funk com sua batida primitiva e suas mensagens sexuais deploráveis, além dos cantores-declamadores horríveis, mais machistas ainda. O axé de carnaval, que até tem um passado saudoso e respeitável, com seus refrãos maliciosos e idiotizantes da atualidade.

E as danças populares, hein? Danças que um dia já foram belas e sensuais, expressões verdadeiras da intensa miscigenação do povo brasileiro, hoje são meras e lamentáveis simulações de atos sexuais. Simulações cujas coreografias são praticadas intensamente pela quase totalidade da juventude, que se compraz em praticar tais aberrações.

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Não posso deixar de falar das drogas, invenções miraculosas do mal, capitaneado magistralmente pelo demo, que escravizam e incentivam a juventude a cometer tais descalabros, levando-os a acreditar que é tudo normal, especialmente no carnaval.

Na política brasileira, o cabrunco está muito na frente no placar. Uma imensidão de deputados, senadores, governadores, prefeitos e vereadores cometem todo tipo de tramóia para, unicamente, beneficiar a si próprio, em detrimento das funções para as quais foram eleitos.

Até mesmo aquela figura emblemática da política local, que tem sua expressão máxima em Paulo Maluf, que era identificada pelo bordão “rouba, mas faz”, está em extinção. Agora eles só roubam e não fazem nada pelo povo. Aliás, fazem sim: riem à larga dos eleitores que os elevaram ao cargo que eles desonram com sua cupidez e com sua desonestidade.

Bem, como vimos até agora, o tinhoso está ganhando de dez a um, embora eu não saiba dizer o que seria esse um. As vitórias do bem são menos visíveis e espetaculosas, ou até inexistentes. O mal se mostra muito mais preparado na questão de usar suas ações para divulgação e angariação de novos adeptos.

Em virtude de tudo isso, a partir de agora, eu, José Nário, oficialmente passo a defender que já estamos no mundo inferior. Na verdade até conheço umas pessoas que lembram muito o comandante das profundezas e seus asseclas mais chegados, como prova incontestável de que o inferno é aqui.

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