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Poços de Caldas

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Se gritar pega ladrão… Não fica um meu irmão!

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Acordo cedo para preparar o texto que deverei mandar para os meus companheiros do POÇOS JÁ.  Vejo, no meu celular, que alguns amigos me antecedem no alvorecer com simpáticas mensagens de bom dia. Percebo aqui do alto – moro no morro – uma cidade ainda adormecida e pronta para mais um dia de possíveis chuvas. Ouço as principais notícias do país e do mundo e constato que nada mudou. Nem mesmo o carnaval para injetar uma dose de otimismo e alegria. Continuamos a conviver com a cavalar contaminação do processo político com alguns muitos milhões denunciados pelos corruptores a políticos de todas as correntes ideológicas. Como dizia a cantora Simone “se gritar pega ladrão… não fica um meu irmão…”.

Não me lembro de ter algum indiciado, acusado ou denunciado que tenha assumido a culpa de ter recebido recursos do caixa dois e pronto a pagar, e assumir,pelo ilícito cometido. Todos – absolutamente todos – alegam que os recursos recebidos estão devidamente comprovados e que foram destinados a campanhas eleitorais. Isso me induz a pensar que a corrupção está intimamente ligada ao processo eleitoral na mesma proporção que as drogas se misturam com a insegurança na sociedade.

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Uma nota na imprensa diz que um político que já ocupou a presidência da Câmara Federal e esteve à frente do Ministério do Turismo desconhecia, ou não sabia, que tinha 800.000 dólares depositados em suaconta  na Suíça, que abriu no Uruguai,  aconselhado pelo ex-deputado Eduardo Cunha. Só bobo para acreditar nisso.

Saiu, agora, a nomeação de um senador do PSDB para assumir a importante missão de conduzir a nossa política externa. Lembro que, em priscas eras, esse senador foi o motorista de um grupo guerrilheiro que tentou sequestrar um diplomata. O Instituto Rio Branco -vinculado ao Ministério das Relações Exteriores –  que, no passado, formou diplomatas de elite certamente, tem gente com o cabedal suficiente para gerir e comandar a nossa diplomacia. Mais um na lista da lava-jato para assumir um Ministério…

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Eu me sinto como aquele velho computador, mas com uma grande capacidade de memória e, ao resgatar alguns arquivos, vejo o quanto estamos defasados dos princípios éticos e morais. Ainda está viva a lembrança dos últimos debates nas tvs dos dois principais candidatos à presidência da República . A imagem que transmitiam era de pessoas íntegras, defensoras dos direitos humanos com amplo conhecimento da economia nacional e internacional e competentes o suficiente para gerir os destinos de uma Nação. A eleita – Dilma – foi alijada do processo político e o perdedor – Aécio – vem encontrando dificuldades para justificar os 15 milhões supostamente recebidos do Grupo Odebretch. Esse mesmo grupo econômico alega ter derramado nos cofres da podridão do grupo da Dilma mais de 150 milhões.

O mês de março deverá trazer – além das chuvas intensas – algumas perturbações aos políticos comodamente instalados em Brasília e com os bolsos cheios de exordil para qualquer eventualidade.

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Precisamos de uma nova revolução. A da moralidade. Do respeito e a preservação das leis vigentes. De resgatar os princípios éticos.

É no Município onde vive o cidadão.  É aqui que se inicia o processo político com a eleição de vereadores e prefeitos. São, os atuais eleitos, que darão suporte aos candidatos em 2018, para as eleições majoritárias e proporcionais. Quantos de nós eleitores e cidadãos de bem tiveram a preocupação de conferir as contas dos candidatos dessa última eleição? Quanto cada candidato gastou nessa última campanha? De onde surgiram os recursos? Quanto cada candidato gastou do seu próprio bolso? Quanto se gastou com papel e impressos? Quais foram os grandes doadores? Parece que passada as eleições tudo está terminado e nada mais possa ou precisa ser feito. Engano. É nessa hora que o eleitor precisa verificar o que foi feito. Denunciar. Gritar. Exigir que as coisas sejamcolocadas nos trilhos da moralidade. Só assim estaremos contribuindo e colaborando para um país mais justo.

Cuidado: se por acaso você for a Brasília nesses próximos dias fique atento. Se ouvir alguém cantarolando a música da Simone “se gritar pega ladrão” não corra! Fique parado e imóvel.  Já é um bom sinal de que não faz parte dos envolvidos na operação lava-jato.

A frase da semana:

“Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo”.

Eça de Queirós

 

*O autor nasceu no Rio de Janeiro e estudou Ciências Políticas na Europa em 1965. Formado em Direito, foi conselheiro para o comércio exterior da Bélgica por mais de dez anos, cidadão honorário de Poços de Caldas e ex-Secretário de Turismo. Escritor e editorialista.

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