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Poços de Caldas

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Não dá mais para “brincar” de fazer carnaval

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Sou daqueles que, quando adolescente e até os meus 40, participei ativamente e saudavelmente (há controvérsias) do carnaval da cidade, me fantasiando, desfilando na “passarela do samba” e indo aos salões e no “Banho a fantasia” no Country Club. Até samba enredo criei e “puxei” (desafinadamente) na avenida. Tempos dos blocos Arco Iris, My nem ki tussa, Blocopos, Fanchonas, Vivaldinos da Vivaldi, Saci—pô, Quissisamba e tantos outros. Tempos das Escolas de Samba Chico Rei e Quilombo dos Palmares. Carnaval no Pálace e na Caldense.
Sou também daqueles que, ao longo dos últimos anos, participei como jurado (sem nada receber e, independente de siglas partidárias e administrações) do desfile das escolas e blocos.

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Também me encanto hoje com o “carnaval da família” que acontece nas praças de Poços, resgatando marchas e frevos, preservando o espírito de momo e, principalmente, valorizando o talento dos artistas de nossa cidade representados pelo Rasgacêro, Charanga dos Artistas, Frevo na Fobica, Regional do Lira e tantos outros.

Sou daqueles que também nunca se envolveu na “politica” do carnaval. Nunca fui dirigente, nem membro de diretoria de qualquer bloco ou escola. Sou (ou fui) um mero folião e também não tenho propriedade, nem conhecimento para falar da Associação das Escolas de Samba e Blocos Carnavalescos.

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Mas é inegável que o carnaval mudou muito ao longo dos anos. Carnaval hoje é uma atividade empresarial como qualquer outra e precisa de muita saúde financeira e administrativa, porque senão vai à falência como qualquer empresa.

Assim, a atitude da administração atual de não apoiar financeiramente a realização do desfile das escolas e blocos, de exigir com muito rigor a prestação de contas, vem espelhar este cenário de seriedade com os recursos públicos em um momento de fragilidade financeira.

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Quem gosta de carnaval não fica feliz com a paralisação dos desfiles das escolas de samba e blocos na avenida. Reconhece que uma festa genuinamente popular verdadeiramente só acontece com presença de passistas com samba no pé, carros alegóricos, ala das baianas, fantasias de luxo, mestre sala e a porta-bandeira, samba enredo e bateria. Não dá para fazer carnaval sem a participação popular.

Por outro lado, não dá mais para fazer carnaval apenas 30 dias antes do seu início. Não dá mais para fazer carnaval, sem a presença financeira e ativa da iniciativa privada (hotéis, bares, restaurantes) que vive do turismo. Não dá mais para fazer carnaval sem a organização da sociedade.

Que este “recuo” na avenida represente apenas um momento de reflexão para a construção de um novo enredo, com a participação e responsabilidade de todos, pois, verdadeiramente, não dá mais para viver de fantasias e alegorias com os recursos públicos.

Não dá mais para “brincar” de fazer carnaval.

*Wiliam Oliveira é jornalista, professor universitário, escritor, palestrante e consultor de marketing empresarial.

 

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