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Poços de Caldas

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Um Urbano mais Humano: ‘Visionários urbanos na bela Poços de Caldas

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Sobre as personalidades que temos em Poços, relembro com gratidão o livro de Dona Nilza Botelho Megale, grande mulher[1], amante desta cidade e de nossa história. Em seu livro Memórias Históricas de Poços de Caldas, em sua 2ª edição (2002), nos apresenta uma relação de personalidades que deram os primeiros passos para nosso desenvolvimento, não somente econômico e político, mas principalmente URBANO.

E a partir daqui gostaria de voltar ao conceito de urbano, que do latim URBS, URBIS significa cidade, urbano, ou arado, mexido… ou seja a terra modificada pelo trabalho e mãos humanas. Então aquilo que se denomina urbano, é antes um desejo de modificação e interferência no natural.   Gostaria de tratar urbano como um solo natural precedido de um desejo que o transformou em cidade, em LUGAR.

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Este lugar, que estudo e que vivo, passei a infância, andei de bicicleta, tomei muita chuva e conversei, namorei em suas lindas praças e bancos, embaixo das agradáveis sombras de grandes árvores que nos acolhiam e protegiam do ‘ardido” sol da montanha, campo de um lugar urbano.

Convivência e trocas comerciais em meio a um espaço público repleto de sons de pássaros, de água correndo e a banda do ‘Lira’[2] tocando na Fonte do Leãozinho ou ao final das tardes a dança festiva do coreto celebrando o encontro.

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Neste urbano, lugar do encontro, do convívio, o desejo e intenção de um espaço urbano com desenho de calçadas e lugares de estar remetem a um ideário pré-concebido por personalidades que são responsáveis pela qualidade do caminhar e viver no espaço público. Desde suas primeiras ocupações até sua fundação em 1872, quando efetivamente iniciou-se a qualificação urbana, percebe-se longos processos de desenhos e tentativas de implantação de um arruamento qualificado desde 1826, registrado no mapa de levantamento das propriedades químicas e curativas de nossas águas sulfurosas.

Segundo MEGALE, (2002,p25), ‘Dono de aguda inteligência e larga visão do futuro, o Major Joaquim Bernardes logo percebeu a importância das fontes minerais, não só pelas virtudes curativas que atraiam grande número de visitantes, cientistas e enfermos, como pelo contato com elementos provenientes de varias localidades do país. Por esse motivo, procurou colaborar com o governo mineiro , cedendo-lhe os terrenos necessários para formar a povoação.’

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Inicia-se então o grade trato com a terra no sentido da transformação espacial em um lugar de deleite, prazer aos olhos, refinando a paisagem urbana como que esculpindo os verdes mesclados aos monumentos.

Devemos então lembrar do glorioso Dr. Pedro Sanches de Lemos, quem nos concedeu as técnicas e saberes sobre as águas termais e seus estabelecimentos balneários, dando subsídio aos arquitetos e engenheiros na elaboração de projetos monumentais que compõem nosso centro histórico.

Mas no risco de esquecer nomes preciosos de nossa história social, política, econômica, industrial, o que não me perdoaria, penso em relatar somente aos autores que nos fazem conhecer nossa história.

Agradeço estão novamente a Dona Nilza Botelho Megale, a Homero Benedicto Ottoni, Doutor Mário Mourão e sua amável esposa Dona Nini Mourão, a Jurandir Ferreira, a Luiz Roberto Judice, a Benedictus Mário Mourão, a João do Rio, a Mario Seguso, arte em suas mãos desde Veneza e na Ilha de Murano, soube como poucos nos contar e relatar toda importância e presença de italianos em Poços de Caldas, além de seu enorme talento em desenho e à arte de se fazer o vidro, a Stelio Marras e mais tantos outros que ainda produzem conhecimentos sobre nosso LUGAR, de estar, de Viver.

E neste dia que me vejo triste pela perda, mas feliz por saber de sua existência em nossa terra, gostaria de lembrar de uma personalidade que não está mais entre nós, mas que nos deixa um legado de respeito à natureza, às águas, rios e pássaros e que nos presenteou com prazeres de acompanhamento ao pão de queijo, o valor agregado ao leite e seu derivado, o requeijão no copo, que leva o nome de nosso lugar urbano, nossa cidade, à mesa de muitas pessoas Brasil afora, o Requeijão Poços de Caldas.

Obrigada ao sr. Moacyr Carvalo Dias, por sua contribuição ambiental, em um recanto de aves, santuário de aves, lugar cuidado com amor à terra, tratado e onde a natureza é estudada por esse espaço carinhosamente chamado de viveiro (criadouro) do Sr. XIXO.

Além desta herança também nos ensina o valor do conhecimento e desenvolvimento de matérias primas, não sozinho, mas em harmonia com a responsabilidade do fazer, é dado a ele a invenção do requeijão Poços de Caldas, alem de toda sua trajetória que nos mostra o quanto esse homem singular sabia transformar o conhecimento em tradição.

Daniel Dias[3], sobrinho do Sr. Moacyr Carvalho Dias e comentarista do Canal Rural[4], relata:

“… o mais curioso é que ele tinha duas carroças e fazia toda captação do município. Era preciso agregar valor ao leite. A primeira coisa foi colocar leite em saquinho. O primeiro a fazer isso foi o Laticínio Poços de Caldas. Ele pegou um avião, foi para a França sem falar nada em francês, marcou uma reunião com a Danone, explicou tudo e convenceu as pessoas a ver como funcionava aqui. A Danone veio, ficou feliz com o desempenho e fixou um investimento. Foi o marco no Brasil”, afirmou Daniel Dias ao canal Rural e completa que “…uma das grandes invenções do Sr. Moacyr foi ter a ideia de embalar o requeijão, antes em tablete, em um copo de vidro…

Sr. Moacyr, um visionário poços-caldense, e o que fica é a sensação de que devemos conhecer e valorizar nossos elementos naturais, nossa Serra São Domingos, Nossas Águas minerais e sulfurosas, Nosso Leite, Nosso Café, Nosso Solo, nossas raízes.

Sei que não falei de muitos e tantos visionários, mas sei também do quanto nossos pássaros ainda vão nos agradecer por esse homem ter pousado pelos lados dos ‘poços’ e ter se preocupado com eles.

Obrigada Sr. XIXO.

E segundo o site do Criadouro de Aves:

“O criadouro Poços de Caldas, maior criadouro de animais silvestre do Brasil, localizado em Poços de Caldas, possui cerca de 4000 aves de 325 diferentes espécies mantidas em longos viveiros de alvenaria, recintos abertos e possui grandes lagos onde nadam, lado a lado, os cisnes europeus e os, cada vez mais raros, cisnes brasileiros.

Seu proprietário atual, também é seu fundador, que milita a muitos anos em causas conservacionistas dedicando-se pessoalmente em tempo integral ao perfeito funcionamento de todo o criatório com a preocupação de estar usando a melhor tecnologia existente na manutenção do mesmo.”

http://www.criadouropocosdecaldas.com/?menu_id=23

[1]Morreu na manhã de uma segunda-feira, dia 19 de Junho de 2010, a historiadora e museóloga de Poços de Caldas, Nilza Botelho Megale, de 89 anos.

Nilza nasceu em São Paulo e foi criada no Rio de Janeiro, onde se formou em museologia pelo curso superior de museus do Rio de Janeiro. Ela trabalhou no Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro e no Museu Imperial de Petrópolis. Ela foi para Poços de Caldas em 1948, onde se formou em Filosofia. Lecionou História da Música, Estética, Folclore e História da Arte no Conservatório Musical. Ela escreveu 5 livros, entre eles o Memórias Históricas de Poços de Caldas. Foi Fundadora e Diretora do Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas. Ela é Cidadã Honorária e de Personalidade do Século XX, em Poços de Caldas.” In https://valeindependente.wordpress.com/2010/07/19/morre-historiadora-nilza-botelho-megale/

[2] Grupo Regional do Lira. Fonte www.pocosdecaldas.mg.gov.br

[3] Daniel Dias é comentarista do Canal Rural e é autor do Blog Daniel Dias. In http://www.canalrural.com.br/noticias/noticias/morre-moacyr-carvalho-dias-inventor-requeijao-copo-65816

[4] http://www.canalrural.com.br/noticias/noticias/morre-moacyr-carvalho-dias-inventor-requeijao-copo-65816

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