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Poços de Caldas

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Caminhando e cantando…

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leo-bougeardVelhos tempos… Lembro quando ainda no bairro do Catete, no Rio de Janeiro, conheci Geraldo Vandré que depois de formado pela  UERJ, em Direito, ainda ficava zanzando por alí por algum tempo.  A faculdade, instalada num prédio velho e mal cuidado,  ficava em frente ao Cine Asteca que tinha, na entrada, dois grandes leões estilizados.  Geraldo era amigo de uma amiga – dona de uma sapataria naquela rua – da minha primeira namorada. Desse namoro ficou apenas boa lembrança e o nome: Ângela.

As boas canções permanecem na memória de muitas pessoas. Alguns intérpretes também e o mesmo com relação aos compositores do nosso cancioneiro popular.

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Cada música tem sua época. Pra não dizer que não falei das flores de Vandré é uma delas, que é cantarolada até nos dias atuais.

O meu amigo Orlando Rodrigues, um saudosista que conhece profundamente a musica popular brasileira,  lamenta que nossos historiadores estão deixando esquecer a participação de Poços de Caldas no nosso cancioneiro.

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Dalva de Oliveira, uma das componentes do Trio de Ouro junto com o marido Herivelto Martins, chegou a morar na Cascatinha. Perí Ribeiro, o filho, também um expoente da nossa música popular, brincava naquele bairro e, certamente, ainda deve ter amigos vivos daquela época.

Outro que chegou a residir em Poços foi Ari Barroso. Conheci Ari superficialmente. Ele morava na ladeira do Leme, numa casa rosa localizada na  rua ao lado de um prédio na rua General Ribeiro da Costa, onde morava, também, Anselmo Duarte e a esposa Zilka Soares que atuou como atriz por muito anos na Globo. Eu brinquei muito naquela rua com canudos de papel soprados por uma zarabatana. Acho que não se brinca mais dessa forma nos tempos atuais… Hoje é somente joguinho eletrônico e outras trapizongas modernas. Se falar disso com meus netos vão me olhar espantados… zarabatana? Que é isso vô !

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Outro caso interessante: Quem não conhece Fafá de Belém? Foi nora de Carminha Mascarenhas. Carminha começou a cantar no coral da Igreja Matriz aqui em  Poços de Caldas, destacando-se pela voz de contralto. Interessou-se pela música popular, acompanhada pelo pai e pelo tio ao violão. Iniciou sua carreira artística como crooner do conjunto de José Maria, ao lado do pianista Raul Mascarenhas, com quem veio a casar-se em 1952, e com quem teve um filho, o saxofonista Raul Mascarenhas Jr, que nasceu em Poços e foi casado com a cantora Fafá de Belém, casamento do qual nasceu Mariana, também cantora. Essas histórias estão se perdendo…

No campo político o material disponível é mais rico. Inúmeras fotos estão mofando nos porões da prefeitura que não consegue digitalizar e  manter um arquivo “morto” tão precioso. São poucas as fotos conhecidas do imperador D.Pedro II.  Getúlio Vargas, Juscelino, e tantos outros políticos importantes,  em determinada época, se hospedaram no Palace Hotel.  Ainda nesse hotel ficaram hospedadas as irmãs Linda e Dircinha Batista, companheiras e amigas “intimas” de Getúlio e que devem ter se apresentado na Rádio Cultura e como diz Chico de Assis, a rádio que faz parte da história do rádio brasileiro.

A Secretaria de Cultura tem a grande missão, na administração de Sergio Azevedo, que se inicia em Janeiro próximo, de resgatar essas histórias e material ainda disponível para que com as leis de incentivo à cultura, municipal e estadual,  seja possível disponibilizar recursos para salvar  esse rico acervo. Se demorar mais um pouco  só nos restarão efêmeras lembranças e nada mais.

* Léo Bougeard nasceu no Rio de Janeiro e estudou Ciências Políticas na Europa em 1965. Formado em Direito, foi conselheiro para o comércio exterior da Bélgica por mais de dez anos, cidadão honorário de Poços de Caldas e ex-Secretário de Turismo. Escritor e editorialista.

 

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