Dezenas de internautas passaram o primeiro dia do ano nas redes sociais, fazendo críticas à festa de Ano Novo organizada na Caldense, um dos principais clubes de Poços de Caldas. A maioria dos protestos dos que compareceram ao evento é relacionada à falta de organização no local e à discrepância entre o que estava descrito nas propagandas e o que foi oferecido durante a festa, especialmente em relação a comida e bebidas.
Com ingressos que variavam entre R$120 e R$700 (mesa para quatro pessoas), o Réveillon Absoluto prometia uma ceia completa com dois tipos de carne, pratos quentes, frios, buffet de massas, mesa de frios, mesa de frutas e sobremesas, open bar de cerveja Brahma e Skol, vodka Sky, refrigerantes, sucos, água e espumante na hora da virada. As atrações anunciadas iam desde artistas poços-caldenses até participantes de reality shows musicais e DJ’s. No entanto, segundo a auxiliar pedagógica Karina Cury Montarroyos Vilas Boas, houve propaganda enganosa. Ela alega que, na prática, o evento não tinha nada a ver com a descrição.
“Na propaganda não tinha nada discriminado que as mesas seriam diferenciadas na parte das refeições e bebidas. Entrei pouco antes das 23h, já havia uma fila enorme na entrada, um tumulto. Ao entrar no ambiente, já nos deparamos com um fila enorme para a comida, sendo apenas uma ilha. Os frios e frutas estavam num canto, fechados em outra ilha, e os garçons disseram que era apenas para camarote. Depois de 40 minutos na fila, chegou nossa vez e já tinham acabado os talheres e o salpicão. Não acontecia reposição. Chamei um garçom que foi muito grosso, demorou para repor a comida e congestionou ainda mais a fila. As frutas eram bananas e verdes, só! E duas bacias com alface! Comida fria, não estava boa. Acabei não me servindo. Houve muitas reclamações e apenas ouvimos que eles não tinham culpa. Pedi pra falar com a gerência, mas nem eu, nem outras pessoas que também reclamaram tiveram sucesso. Pedimos cerveja, que estava quente, e notamos que a vodka da propaganda não era a que estava ali”, indigna-se.
Karina chegou a postar uma reclamação em um grupo do Facebook e recebeu mais de 200 comentários em sua postagem, a maioria de pessoas que compareceram ao evento e também haviam ficado insatisfeitas com o resultado. Muitos relatam a falta de seguranças ou de revista pessoal no local. Além das más condições do banheiro, onde dizem que o papel higiênico acabou e os lixos chegaram a transbordar de tão cheios.
De acordo com a auxiliar pedagógica, algumas pessoas reclamaram e chegaram a ser reembolsadas no local. Ela ainda publicou outra postagem pedindo o telefone de pessoas que compareceram ao evento e que gostariam de reclamar, para fazer um abaixo assinado e levar ao Procon.
Organização
O Poços Já entrou em contato com o promotor de eventos Hugo Rego, responsável pela organização da festa. Ele disse que preferia não se manifestar com relação ao ocorrido. O diretor de marketing da Caldense, Paulo Ney, informou que a associação apenas cedeu o espaço para o evento, como nos anos anteriores, e que a responsabilidade pelo ocorrido é da organização.
Procon
Segundo o procurador geral do município, Fábio Camargo, para que o Procon analise as reclamações feitas é preciso que, além das assinaturas das pessoas insatisfeitas, sejam apresentadas também provas de que a descrição do evento não condizia com o que foi ofertado na festa.