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Fogos de artifício representam risco de morte para animais

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A cachorrinha Sky tem medo de fogos de artifício e trovões.

Este já é o terceiro final de ano em que Glaucia Miyahara decidiu passar as festas de Natal e ano novo em casa. Ela cuida de doze cães, seis dela e a outra metade de lar temporário. Na companhia deles, ela viu a mãe e o filho Ícaro, de 7 anos, partirem para São Paulo na última quinta-feira (22). “É uma escolha que nós temos que fazer. Eu não tenho coragem de sair”, explica.

Um dos principais motivos para a recusa da autônoma em aceitar convites para ir a festas e até almoços é a cachorrinha Sky, que resgatou em uma rodovia. Há quinze dias, o animal se mostrou aterrorizado com o barulho de fogos de artifício e de trovões e começou a procurar pela dona sempre que estava com medo. “Só quem perde um cachorro, ou vê o estresse, deixa de sair por causa disso e dá valor à proibição dos fogos. É muito difícil eu querer conscientizar alguém de alguma coisa que talvez ela nem tenha consciência de que exista”, desabafa.

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Glaucia não está sozinha. Muitos protetores e donos de animais de estimação como cães e gatos sofrem com a fobia que alguns demonstram com relação a barulhos em geral. A veterinária Monalisa Abrão Neri destaca que o trauma está relacionado ao longo alcance de audição dos animais. “A audição deles é quatro vezes maior do que a nossa. Por isso, os animais conseguem escutar fogos de artifício ou qualquer outro barulho num alcance muito maior do que nós. Eles sentem muito mais porque têm muito mais sensibilidade”.

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A veterinária Monalisa Neri alerta para os cuidados que os donos precisam tomar com os animais .

O que fazer?

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A dica da profissional é que os donos mantenham os bichos em casa. “O ideal é colocar os animais dentro de casa, isso antes dos fogos começarem porque durante não adianta. Deixá-los na sala ou no quarto e ligar a TV ou o rádio, colocar uma música. Também é bom tentar fechar a janela ou com almofadas ou com colchões, abafar o som que vem de fora e tentar distrair o animal com brincadeiras ou com petiscos. Não pegar no colo para que ele não associe o barulho a mais medo e nem prender com coleiras, pois ele pode se enforcar. Os fogos causam muito acidentes, animais que fogem, são atropelados e pulam janelas”, alerta.

Mel foi adotada por Glaucia há dois anos.
Mel foi adotada por Glaucia há dois anos.

Monalisa ainda previne sobre os cuidados a serem tomados com cachorros que tenham pânico de fogos de artifício. “Tem animais que têm até convulsões por causa do barulho. Nestes casos, a gente realmente precisa que o dono procure uma clínica veterinária para sedá-lo. Alguns podem sim vir a óbito”.

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Em 2016, a Prefeitura de Poços de Caldas organiza uma queima de fogos para a noite de ano novo que deve acontecer no Complexo Santa Cruz. O espetáculo tem previsão de duração de 10 minutos. Glaucia está bastante apreensiva com a notícia. “É bonito, não vou negar que sejam bonitos os fogos, mas eu tinha um cachorro que entrava por um vidro, pulava janelas por causa disso sem pensar duas vezes. A língua dele chegava a ficar roxa, o veterinário me alertou várias vezes que ele ia ter um ataque cardíaco”.

Depois de cuidar de mais de quinhentos cães nos últimos anos e se associar a diversas ONG’s de protetores de animais, Glaucia conta da dificuldade em conversar com a administração pública para que os fogos de artifício sejam proibidos. “Agora está mudando a administração, mas é muito difícil a gente ser ouvido. Nos últimos quatro anos tiveram pessoas à frente de ONG’s, mas nada foi resolvido com relação a isso. É muito difícil para quem não tem animal entender o nosso lado”, finaliza.

 

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