Um grupo de alunos da Escola Estadual David Campista se reuniu em frente ao local hoje à tarde para protestar contra os estudantes e os movimentos sociais que ocuparam a escola na manhã da última terça-feira (18). Alguns dos ocupantes saíram no portão e montaram uma roda de debate para esclarecer as dúvidas sobre a ocupação e assuntos relacionados. A maioria dos jovens deixou claro durante a conversa que era contra a PEC241, mas não apoiava a ocupação na escola.
O estudante Nicholas Pessoa Miguel, de 17 anos, está no segundo ano do ensino médio e participou da reunião. Para ele, a ocupação tem sido prejudicial à maioria dos alunos: “Esse tipo de ocupação é uma coisa meio autoritária, porque a gente é a maioria e queríamos ir para a escola estudar e uma minoria trancou os portões e quer que estudemos da maneira deles”, disse.
Richard Luís Ferreira Campos, de 21 anos, estuda na Universidade Federal da Integração Latino Americana, em Foz do Iguaçu, e viajou até Poços para participar do movimento e auxiliar os ocupantes. “Tínhamos a intenção de explicar para o pessoal o que está acontecendo, responder as perguntas deles e resolvemos nos reunir hoje”, disse.
Para ele, a ocupação é válida. “Toda manifestação é válida quando tem princípios que ajudam a maioria e não sejam egoístas. Levando em consideração que temos mais de 900 escolas ocupadas no Brasil, esta manifestação não é diferente das outras. São espaços públicos. Todo espaço público é para ser ocupado, é do povo, então que venhamos para cá, lutemos e juntos possamos encaminhar uma forma não egoísta de pensar”, finaliza.
Durante a tarde de hoje, membros da Secretaria de Educação de Minas Gerais, a direção da escola e duas mães fizeram outra reunião para definir os rumos da ocupação. Até a publicação desta reportagem, a discussão não tinha chegado ao fim.
Ocupação
Membros do grêmio estudantil Carolina Maria de Jesus e de movimentos sociais como o Levante Popular da Juventude e o Coletivo Quilombo ocuparam a Escola Estadual David Campista na última terça-feira de manhã. Na ocasião, alunos e professores que se posicionaram contra a manifestação foram proibidos de entrar e foi realizada uma reunião entre a Superintendência Regional de Ensino, a diretoria da escola e o grêmio.
Segundo a presidente do grêmio, Laura Mendes, a ocupação é por tempo indeterminado e algumas atividades e oficinas estão sendo organizadas neste período. Foi criada também a página Ocupa David Campista, fonte oficial de informações sobre a ocupação dentro do colégio.