Falta menos de um mês para Lucas Gustavo Corrêa, 33, se casar com Michele. A cerimônia será no dia 4 de novembro e o casal já tem tudo encaminhado, apartamento alugado e enxoval completo. Mas, há duas semanas, Lucas perdeu o emprego de soldador em uma empresa e precisava de uma alternativa para terminar de pagar as dívidas do casamento.
Ele conta que entregou currículos em vários lugares e não obteve nenhuma resposta. Por isso, decidiu comprar e revender pacotes de bolachas em uma das praças mais movimentadas do centro de Poços de Caldas. Todos os dias ele sai cedo de Andradas, cidade em que mora, e viaja, de ônibus ou de carona para Poços, onde vende entre 20 a 30 caixas em cerca de seis horas de trabalho. Cada pacote custa R$10.
O trabalho como vendedor não é novidade. “Desde que a gente marcou o casamento eu procurei uma renda extra e vendia as bolachas. Mas comecei a fazer muitas horas extras no serviço e fiquei sem tempo para as bolachas, hoje é a única coisa que eu tenho para pagar meu casamento e minhas próprias contas”, explica.
Lucas ainda diz que muitos turistas e moradores chegam a ignorar sua abordagem, pensando que ele irá pedir dinheiro. Quem para se surpreende com a história, como foi o caso da jornalista Aline Falacci que, além de comprar os biscoitos, decidiu fazer uma postagem no Facebook pedindo ajuda. “Ele pediu um minuto do meu tempo e começou a me contar a história dele. Eu achei muito interessante, muito bonita e decidi comprar a bolacha. Perguntei se eu poderia anotar alguns contatos e divulgar isso para as pessoas, porque pensei que poderia chamar a atenção de alguém, conseguir ajuda. Vivemos num tempo de relacionamentos artificiais e de repente a gente conhece o Lucas, uma pessoa que acredita no amor, no relacionamento com a noiva e quer casar, quer levar isso adiante”.