Intercambistas na praia, no ChileCriada em 1948, pós Segunda Guerra Mundial, a AIESEC é uma organização sem fins lucrativos que oferece a jovens, entre 18 e 30 anos, a oportunidade de fazer um intercâmbio voluntário ou profissional. Com sede em Poços de Caldas e em várias cidades do Brasil e do mundo, a ONG tem o objetivo de desenvolver a liderança dos jovens, além de trabalhar para as metas da Organização das Nações Unidas (ONU), como melhorar a qualidade de educação, promover a igualdade de gênero e diminuir a desigualdade social.
A estudante Ana Luísa Fiorito, de 25 anos, viajou em janeiro deste ano para Santiago, no Chile, onde fez um intercâmbio voluntário. Durante um mês, ela trabalhou com crianças carentes e imigrantes, a principal tarefa do projeto era oferecer atividades culturais à população e discutir sobre os costumes de seu país natal. Ana conheceu a AIESEC através de uma amiga e decidiu marcar o intercâmbio.
“Eu nunca tinha feito nada útil ou legal nas minhas férias e sempre quis viajar sozinha. Então decidi tudo muito rápido, organizei a viagem em menos de um mês. Achei legal, pois iam me receber lá no outro país então eu não estaria assim tão sozinha. Foi a melhor coisa que eu fiz na vida”, conta.
Acomodação e alimentação foram pagos pela própria ONG, o transporte ficou sob responsabilidade da própria Ana, mas como o apartamento em que morava era no centro da cidade, ela conseguia ir trabalhar a pé e economizar esse dinheiro também.
Dayanne Pereira Bento, de 20 anos, tem uma viagem marcada para Cochabamba, na Bolívia, no dia 12 de dezembro deste ano. A estudante vai passar seis semanas trabalhando com equoterapia (terapia com cavalos para crianças com necessidades especiais).
Ansiosa para a data da partida, Danne conta que nunca pensou em fazer um intercâmbio para a Bolívia: “Eu nunca tinha pensado na Bolívia, mas sabia que queria algo com crianças ou com animais, aí quando estava procurando um projeto achei esse que envolve os dois e soube na hora que era o que eu queria. Então eu me apliquei pra vaga e eles entraram em contato comigo, fizemos a entrevista e fui aceita”.
De acordo com o presidente da AIESEC Poços, Quemuel Garcia, o intercâmbio da organização é o mais barato do mercado hoje. A taxa única cobre hospedagem e alimentação na maioria dos projetos. Fica por conta do estudante gastos extras como as passagens de avião e o passaporte. Seguro de saúde e vistos também, quando necessário.
Quemuel acredita que a experiência adquirida nas viagens é o mais importante: “O objetivo da AIESEC é de preencher as potencialidades humanas em jovens que realizam intercâmbio e fazem parte da organização. Acreditamos que enviando um jovem para outro país, ele vai conhecer outras pessoas, quebrar paradigmas, estereótipos, vai ter um respeito maior pelas pessoas”, conta.
Cerca de 25 pessoas trabalham voluntariamente no escritório local da AIESEC em áreas como marketing, recursos humanos e finanças. A ONG fez parceria também com algumas instituições de Poços como o projeto Galpão das Artes, Casa do Caminho e Associação dos Deficientes Físicos de Poços (Adefip) e deve receber, no final do ano, alguns intercambistas que farão trabalhos sociais nestes projetos.