Profissionais da rede pública de ensino estiveram no Centro da cidade, nesta quarta-feira (16), para protestar. Com cartazes como “Paga o piso, Eloísio” e “Creche não é depósito de crianças”, o protesto foi realizado nos semáforos do cruzamento das ruas Assis Figueiredo e Prefeito Chagas.
A pedagoga Tatiane da Silva Pelegrino, que está na rede municipal há cinco anos, trabalha em dois centros de educação infantil. Ela conta que, quando começou o trabalho, pretendia mudar as comunidades e exercer a educação de forma ampla. Porém, com as dificuldades que o setor enfrenta, acabou desmotivada. “Eu não vi nenhuma evolução em cinco anos. As coisas continuam do jeito que estavam. A gente entra com a maior força, com a maior garra, achando que vai fazer inúmeras coisas na sala de aula, que vai mudar aquela comunidade, que vai agregar, fazer parte daquele movimento educacional que é tão bonito. Mas no decorrer dos anos você acaba se deixando levar pela situação do cotidiano escolar e isso claro que enfraquece o professor, desmotiva. E o fator salarial é um dos principais fatores de desmotivação do funcionário”.
Porém, a paralisação não é apenas pelo pagamento do piso salarial e sim pela melhoria das condições das escolas em geral. Ela aproveita a oportunidade para fazer um apelo. Na quinta-feira (17), às 14h, será realizada uma passeata pelas ruas de Poços, com saída do Espaço Cultural da Urca e destino à sede da Superintendência Regional de Ensino e da Prefeitura de Poços de Caldas. “Eu queria pedir para que as professoras que não apoiaram a greve que venham para a passeata amanhã, porque às vezes é só a gente que para na nossa unidade, a gente é um grão de areia no deserto. Mas não, quando você chegar aqui vai encontrar pessoas que lutam junto com você. Então eu queria fazer esse apelo, para as professoras que não paralisaram, que paralisem pelo menos amanhã. É o mínimo que se pode fazer pela nossa luta e pela nossa classe”.
Paralisação
Acompanhando o Movimento Nacional pela Educação, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Poços de Caldas (Sindserv) e o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUte) se uniram e mobilizam os educadores desde terça-feira (15). No primeiro dia, 30% aderiram à mobilização. A expectativa é que de 50% a 70% dos profissionais participem da passeata.