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Poços de Caldas

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Minha Poços de volta: sem medo da água

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Adriane Matthes é doutoranda em Urbanismo pela PUC Campinas (foto: arquivo pessoal)

O que eu quero para Poços de Caldas? Quero que minha cidade seja minha. Pode parecer estranho, mas se todos nós parássemos para pensar sobre o lugar onde vivemos, iremos perceber que estamos distante dele. Distante no sentido do uso cotidiano, daquela calma em comprar o pão na esquina, ou de andar no passeio e parar para conversar com um colega de infância, há tempos sem notícias, ou simplesmente conversar com o vizinho. Mas você conhece o vizinho? Se a maioria das respostas o fez parar para pensar sobre isso, acho que está na hora de re-pensar a vida.

Infelizmente houve a enchente da área central do dia 19 de janeiro de 2016, acidente que maltratou a cidade e fez com que todos lembrássemos que somos humanos e frágeis, e principalmente nos fez lembrar que a natureza existe.

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Fazer a cidade em detrimento de sua destruição, anulação e esquecimento, virando de costas para o rio e despejando tudo que não nos interessa em suas águas, tem consequências, graves na maioria das vezes.

Em ano de eleição, me parece pertinente perguntar para podermos escolher com responsabilidade. Gostaria de perguntar sobre o desenvolvimento. Pois então candidato, o que é desenvolvimento e progresso para você?

Se a resposta for progresso sendo aquele que quer o crescimento físico da cidade, então agradeço, mas não serve. Progresso e desenvolvimento urbano deve ser o próprio desenvolvimento HUMANO.

Progresso é saber qual é a cidade que vivemos. Todos nós poços-caldenses sabemos que a cidade nasceu por causa da água? Que a agua é o nosso maior tesouro? Não só a água que mata a nossa sede, mas principalmente a água que nos diferencia nesse mundo IGUAL. Poços é diferente. Poços tem a água termal, que cura, que recompõe a camada mais profunda da pele, que ajuda na cura da asma e bronquite. Sabemos de tudo isso? Não, aposto que não. E então candidato, quais são as medidas de desenvolvimento humano que irá nos propor?

Educação com foco na identidade local? Onde saibamos onde vivemos e onde temos orgulho de morar, de contar nossas histórias, de reconhecer lugares, de valorizar nossos conterrâneos e nossos antepassados e termos orgulho de um futuro por vir.

O desenvolvimento humano junto aos rios abertos e cuidados, onde o ar esteja limpo e fresco. Onde as árvores nos deem sombra do sol ‘ardido’ da montanha.

O desenvolvimento humano territorial que reconheça nosso solo, sua fragilidade e riqueza. Conhecemos a bauxita? Conhecemos nosso solo? Conhecemos nosso campo e cidade?

Onde estão os estudos sobre nossas águas? Quais produtos temos derivado da nossa identidade? Onde teremos lugares para práticas sociais, esportivas, culturais e incentivos aos jovens como alternativa de futuro local?

O que é o espaço público para você? Como irá lidar com o lugar humano da cidade, suas praças e passeios? Confortáveis, contínuos e com compromisso público de drenagem urbana e de trocas sociais?

Querido candidato, gostaria que nos proporcionasse andar na cidade sem medo. Sem medo do outro, sem medo da água e do rio, sem medo da rua. Pensar sobre um sistema de ordenamento territorial justo e humano.

 

*Adriane Matthes é doutoranda em Urbanismo pelo programa POSURB da PUC Campinas e Bolsista pela CAPES. Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela PUC Campinas, com Mestrado em Urbanismo pela PUC Campinas. Atualmente é professora titular da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.



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