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Poços de Caldas

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“Você pode até perdoar, mas não esquece”, diz Geraldo Thadeu sobre Paulinho Courominas

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Geraldo Thadeu foi deputado federal por três mandatos.
Geraldo Thadeu foi deputado federal por três mandatos.

Geraldo Thadeu foi prefeito de Poços de Caldas, de 1997 a 2000, e deputado federal por três mandatos. Na última entrevista da série com ex-prefeitos, ele fala da primeira eleição que disputou até o panorama atual.

Apesar de serem aliados atualmente, junto com Regina Cioffi, Geraldo adianta que não se esqueceu dos problemas que teve com Paulinho Courominas. Explica o motivo de não apoiar a reeleição do prefeito Eloísio Lourenço e avalia a atual administração municipal.

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Poços Já: Como surgiu o seu nome para a primeira candidatura a prefeito?

Geraldo Thadeu: O Tião Navarro apresentou o meu nome. Para mim foi uma surpresa, eu sempre me dediquei à política para trazer o bem, sem nenhum interesse particular, apoiado pelo grupo. Toda essa articulação foi através do Paulinho Molinari, Sebastião Navarro, Mosconi e Ronaldo Junqueira. A população não me conhecia, causou, até dentro da própria coligação uma surpresa muito grande, mas nós fomos para a luta. Eu não tinha muita experiência, do outro lado tinha o Paulo Tadeu com uma experiência muito grande. Foi um duelo duro. No final da campanha eu fui internado em São Paulo, devido à minha questão física. Foi uma vitória apertada, com diferença de 34 votos. Eu costumo falar que aquele que é eleito precisa de uma eleição mais folgada para depois ter tranquilidade para administrar. Uma eleição apertada dessas deixa quem foi derrotado sem aceitar o resultado completamente. O grupo do Paulo Tadeu foi à justiça, lutou para que a eleição fosse anulada e tudo mais. Mas passou, eu trabalhei os quatro anos, foi uma experiência muito grande, acredito que valeu a pena.

Poços Já: O senhor realizou um choque de gestão.

Geraldo Thadeu: Como no final do mandato do Luiz Antônio houve a implantação do Plano real, o Luiz Antônio Batista, embora tenha sido um prefeito muito competente, tinha feito compromissos, de obras, importantes, com uma inflação de 70 ou 80% ao mês. Os prefeitos aplicavam dinheiro nos bancos e dava uma renda muito alta. Acabou aquela renda, mas os compromissos eram assumidos. Eu recebi uma prefeitura altamente comprometida. Primeiro que eu não tinha uma experiência de Executivo. Eu precisava tomar medidas, mas se eu tomasse medidas no início da administração, até a eleição para deputado, provavelmente nós ficaríamos sem deputado devido ao desgaste. Foram dois anos de sofrimento total e absoluto. Ainda tivemos um desafio muito grande que foi a duplicação da avenida João Pinheiro, do Bortolan até o Marco Divisório.

Geraldo afirma que não apoia mais o prefeito Eloísio Lourenço.
Geraldo afirma que não apoia mais o prefeito Eloísio Lourenço.

Poços Já: E quando foi a mudança administrativa?

Geraldo Thadeu: Passadas as eleições para deputado, eu chamei toda a classe política que me apoiava. Disse que tinha preparado um choque de gestão, para valer mesmo, que era um momento difícil e eu tinha que tomar medidas. Eu assumi a responsabilidade, mas é claro que numa hora dessas não aparece muita gente para apoiar. Companheiros que participaram de campanha perderam cargos de comissão.

Poços Já: Quais os principais destaques da sua administração?

Geraldo Thadeu: Nós realizamos asfaltamento da zona rural, construímos a Represa do Cipó. Se não existisse a represa hoje, Poços de Caldas teria uma dificuldade muito grande na estiagem. Construímos o Pórtico, na entrada da cidade. Nós implementamos melhorias no sistema de saúde, melhoramos o que já existia. Com toda a dificuldade que tivemos, eu procurei não deixar faltar nada em termos de atendimento de saúde e educação. O povo de Poços tem um nível social, pelos sistema de educação, pelo poder aquisitivo que tem, que exige muito, cobra muito.

Poços Já: Teve a reforma do Parque José Affonso Junqueira também.

Geraldo Thadeu: Lá era uma tragédia. Abandonado, com iluminação fraca, as pessoas não frequentavam à noite. Uma parceria que a prefeitura fez com o DME e o DMAE resgatou o Parque José Affonso Junqueira. Foi feito tudo que precisava ser feito, com uma modificação apenas no piso do parque porque antes era saibro. Fizemos um sistema de irrigação, recuperamos as fontes e construímos o Café Concerto, que é um atrativo extraordinário.

Poços Já: Como surgiu a oportunidade de ser candidato a deputado federal?

Geraldo Thadeu: Me dediquei para o deputado Carlos Mosconi o tempo todo. Teve uma campanha que eu fui coordenador geral. Faltando pouco tempo para iniciar a campanha para deputado, o Mosconi me procurou e disse que não seria candidato a deputado federal. Aí eu lancei minha candidatura, ficando Sebastião Navarro para estadual. Passados vinte dias, Mosconi me procurou novamente dizendo que poderia ser candidato a deputado federal. Mas eu já tinha avançado e não poderia deixar de ser. Fiz uma pesquisa e fui eleito, numa situação até tranquila.

Poços Já: Como o senhor avalia a atual administração municipal?

Geraldo Thadeu: Eu vejo o Eloísio uma pessoa do bem, bem intencionada, trabalhadora, meu colega dentista. Sempre tivemos uma boa relação, de amizade, de confiança. Ele tem enfrentado dificuldades, que os prefeitos do Brasil estão enfrentando, mas tem tido a sorte de o DME salvar as administrações, não só a dele. Se não fosse o DME, Poços de Caldas seria inviável. O que preocupa, porque o DME não tem investido em produção de energia elétrica. Distribuição é deficitária, o que dá lucro é a produção.

Poços Já: Qual a sua interpretação do rompimento com o Paulinho Courominas, em 2011?

Geraldo Thadeu: Depois que ele saiu do PT eu o convidei para o PPS. Nós demos toda a força para ele ser o vice do Sebastião Navarro, o que abriu as portas para ele ser prefeito de Poços. O Paulinho passou dificuldades na administração dele, e quem indicou o Ricardo de Melo para o Paulinho, até para ajudá-lo, que é muito inteligente, fui eu. Mas nesse momento eu prejudiquei muito o Paulinho. O Ricardo tem um temperamento dominador, ele foi ajudar o Paulinho e atrapalhou muito. Inclusive com relação ao grupo nosso. O Paulinho não tinha confiança que nós íamos apoiá-lo para reeleição e um ano e meio antes, por influência do Ricardo, exigia que o grupo fechasse com ele.

Poços Já: Nas eleições de 2012 também houve um embate forte entre vocês dois.

Geraldo Thadeu: Eu não queria ser candidato a prefeito, era deputado federal. Mas nas pesquisas meu nome estava muito bem avaliado. Lancei meu nome por solicitação do grupo. O Paulinho foi muito prejudicado por receber interferência na campanha dele e por ter um candidato que veio para me agredir, o Rovilson de Lima. Não só agrediu minha atuação como deputado federal e prefeito, como também familiarmente. Foi tudo muito ruim, muito desagradável. Você pode até perdoar, mas não esquece. Isso é uma coisa que tem que trabalhar dentro da gente.

Poços Já: Como é a sua relação com os outros nomes da política local?

Geraldo Thadeu: A candidatura do Mosconi a federal e a minha a federal penalizaram Poços de Caldas. Se ele fosse candidato a estadual e eu a federal, Poços não ficaria sem representação. Tenho absoluta convicção disso. O prejuízo maior é para Poços e região. Eu não vejo portas fechadas para conversar com Regina Cioffi, Paulinho Courominas, com o PMDB, com o próprio prefeito e com o DEM, com o Sebastião Navarro. O PSDB não, por questão da candidatura do Mosconi e pela maneira como me hostilizou na campanha para deputado federal em Poços.

Poços Já: Por que não continuar apoiando o Eloísio?

Geraldo Thadeu: O Eloísio hoje está passando por duas dificuldades. Uma é o desgaste do PT, nacionalmente. Devido ás dificuldades econômicas e financeiras, ele fica no momento com uma avaliação não favorável. Mas pode recuperar. Mas eu torço por ele, tenho uma ótima relação com ele. Porque eu torço por Poços de Caldas. Eu queria que ele tivesse uma ótima avaliação, porque Poços de Caldas estaria melhor.

Poços Já: Gostaria de ser prefeito novamente?

Geraldo Thadeu: Eu estou na política, tenho uma passagem de prefeito, três mandatos de deputado federal. Mas uma candidatura não depende da vontade individual da pessoa. É uma somatória de união, de grupo.

Poços Já: Qual a sua avaliação da trajetória até aqui?

Geraldo Thadeu: Eu já errei muito. Me colocam às vezes como traidor, de cuspir no prato que comeu, mas não é nada disso. Se por um lado eu fui ajudado, eu ajudei muito também. É uma via de duas mãos. Acho que ninguém deve nada para ninguém. Agora, cada um deve ser respeitado. Tudo que eu fiz na política foi de boa vontade, de coração, de doação.



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