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Poços de Caldas

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“Pode ser que aconteça o caos”, diz arquiteta sobre risco de inundações em Poços

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Rua XV de Novembro ficou alagada na noite de terça-feira (foto: Mike Saraiva).
Rua XV de Novembro ficou alagada na noite de terça-feira (foto: Mike Saraiva).

O funcionário público Mike Augusto Saraiva, de 31 anos, passa sempre pela Rua XV de Novembro, no Centro de Poços de Caldas. Ele está acostumado a ver um cenário complicado neste local: quando chove forte, a rua fica alagada.

Foi isso que aconteceu durante a noite de terça-feira (8), no cruzamento com a Rua Corrêa Neto. “Várias pessoas ficam ilhadas quando chove forte. Ontem mesmo, chegou a unir de um lado ao outro de água”, lembra o funcionário público.

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A situação é recorrente. Para os desavisados, pode parecer falta de limpeza dos bueiros. Mas o problema é mais grave. A impermeabilização do solo causada pelo crescimento populacional faz com que a água da chuva desça dos morros direto para o rio que passa pelo Centro. Dessa forma, as galerias ficam cheias e não é possível escoar a água das chuvas.

Segundo o secretário municipal de Planejamento, Rodrigo Reis, não há previsão de quando o problema será solucionado. Apesar de ter sido feito um estudo de macrodrenagem, a prefeitura não tem verba para a execução das medidas necessárias. Havia, inclusive, um projeto inscrito no Programa de Aceleração do Crescimento, mas o dinheiro nunca chegou. Entre as medidas, estaria a desapropriação de imóveis na Rua Marechal Deodoro e na Avenida Francisco Salles.

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Rua Marechal Deodoro teve problemas com a chuva em fevereiro de 2015 (foto: arquivo).
Rua Marechal Deodoro teve problemas com a chuva em fevereiro de 2015 (foto: arquivo).

 

Caos 

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O melhor caminho para o Executivo seria a elaboração dos planos de Drenagem e Mobilidade Urbana. Segundo a professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC Poços de Caldas, Adriane Matthes, dessa forma seria possível conseguir investimento para as medidas necessárias. “A secretaria de planejamento de Poços está na contramão desse processo. Se o município não tem os planos, não recebe verba do estado nem do governo federal”, diz.

Os planos seriam importantes para a determinação de medidas de curto, médio e longo prazo. A professora ainda reclama da falta de diálogo com profissionais da área, já que Poços de Caldas possui geólogos, urbanistas, arquitetos, engenheiros e historiadores que estudam especificamente a questão da drenagem local.

“É preciso começar o plano agora. Toda a área pública deve ser pensada enquanto drenagem e escoamento de água. Caso isso não seja feito, pode ser que aconteça o caos. Lugares que alagam muito, em área de risco, caem. As pessoas morrem”, alerta Matthes.

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