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Ato de amor

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Dia primeiro de agosto teve inicio a Semana Mundial do Aleitamento Materno. Esse ano,  o tema central é o apoio às mães. Existe hoje uma pressão grande quanto à questão. Na minha família as mulheres não amamentaram, por isso eu tinha um grande receio de não conseguir. Ainda grávida, procurei um especialista em amamentação para saber se podia fazer algo para ter leite, pois a afirmação da minha mãe e da minha avó (que teve cinco filhos!) era que simplesmente não tiveram leite.

O médico disse que o leite é produzido por um hormônio liberado de forma natural após o parto, sendo estimulado pela sucção do bebê. Em geral, todas as mães o produzem, mesmo aquelas desnutridas. Depois de longas conversas na família, descobri que elas tiveram leite, mas que empedrava no terceiro ou quarto dia, quando a produção aumenta muito. Sem informação e sem apoio, não sabiam o que fazer, não retiravam e não colocavam o bebê para sugar. Consequentemente, não produziam mais.

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Amamentar não é tão simples e tranquilo quanto nas fotos das propagandas. A fase de adaptação é um pouco tumultuada, principalmente para mães de primeira viagem como eu!

Frequentei dois cursos de gestante. Me explicaram a posição, a pega, tudo. Mas na hora …fiquei bem perdida. Um bebê tão pequeno me provocava medo. É nessa hora que entra a ajuda de enfermeiras, médico e principalmente do pai.  Ele pode sim ajudar nesse momento corrigindo a posição, estimulando e tudo mais.

No caso de um bebê prematuro é um pouco mais complicado. As duas primeiras noites foram de infinitas tentativas, mas ainda estava no hospital e solicitava o apoio da equipe de saúde sempre que me sentia insegura.  No inicio é importante acordar o bebê para mamar, no nosso caso a orientação era acordá-la de duas em duas horas (inclusive durante a noite!!!). E para acordar tentávamos de tudo: algodão molhado no rosto, no pé, balanço da cabeça, e nada! O jeito era tirar toda a roupa, trocar a fralda e assim foi. Por isso, até hoje: trocou, mamou!

Quando chegamos em casa, o medo era que o bebê passasse fome. Na primeira consulta ao pediatra veio a prova: muito xixi. Nunca vi um médico tão feliz por tomar um banho… É , a quantidade de xixi indica uma boa amamentação. Imprescindível frisar que a orientação atual é a demanda livre (de 8 a 12 vezes ao dia), ou seja, o bebê deve mamar a hora que quiser.

A mamada, no inicio, também não deve ter hora para terminar, o ideal é que pelo menos um seio seja esvaziado a cada aleitamento, o que acontece já com o bebê um pouco maior, pois a princípio apenas gotas já sustentam a criança. Certa vez, após duas horas e meia amamentando, entrei em desespero. Pedi socorro ao meu marido para que me trouxesse água e algo para comer.  A hidratação é essencial, inclusive parte dos médicos afirmam que está intimamente ligada à produção de leite, ou seja, quanto mais água, mais leite.

Atualmente, quatro meses depois, ainda existem noites que passo amamentando e por mais cansativo que seja, acreditem, tenho certeza que sentirei falta. O amor que existe nesse ato nos dá um enorme bem estar, é uma sensação especial e única.

Uma das dificuldades encontradas são as rachaduras/fissuras do seio. A posição e a pega correta evitam em grande parte que isso aconteça. Muito bom também é tomar sol e passar o próprio leite para ajudar na cicatrização.

Sempre que possível peça aos visitantes para saírem no momento do aleitamento, principalmente na fase de adaptação. Deve-se prezar por um lugar tranquilo que facilite a integração entre mãe e filho. Um bebê faminto e ansioso tem dificuldades maiores para mamar.

Importante lembrar que a mãe que amamenta não poderá iniciar uma dieta rígida para retornar ao peso normal, pois amamentar exige boa alimentação e dá muita fome! No entanto, o ato de amamentar por si só já permite que o nosso corpo vá voltando, aos poucos, ao peso anterior.

Passada a fase de adaptação, amamentar é tudo de bom como falam e muito mais. É um aprendizado diário, que exige tempo e dedicação. É prático, fácil, econômico, traz inúmeras vantagens para a mãe e a criança e ainda nos deixa em estado de graça por podermos desfrutar de tantos benefícios através de um ato de amor natural.

No entanto, sem apoio da família, da sociedade, dos profissionais de saúde, a amamentação se torna um peso. Por isso, essa campanha é voltada para a conscientização de todos, não apenas da mãe.

O Brasil deve evoluir em vários pontos. A conquista da licença maternidade de seis meses para todas é um bom começo. A conscientização de empresas para que possuam um lugar limpo e calmo para a retirada do leite também, entre várias outras medidas que efetivamente incentivem a amamentação, permitindo que mais famílias possam desfrutar dos infinitos benefícios decorrentes do aleitamento materno.

*A autora é advogada e funcionária pública.



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